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29 de fevereiro de 2016

Contratações na indústria sobem em Santa Rita do Sapucaí

A indústria de transformação contratou mais trabalhadores do que demitiu no mês de janeiro de 2016, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados no Ministério do Trabalho (Caged), em Santa Rita do Sapucaí.

O levantamento aponta que 161 contratações foram registradas no primeiro mês do ano enquanto 135 pessoas perderam o emprego no mesmo período. O setor registra variação positiva de 26 vagas com carteira assinada. Em dezembro de 2015, o saldo ficou em -278 vagas na indústria.

Em contrapartida, o emprego na área da agricultura, serviços e comércio diminuiu em janeiro. A maior variação ocorreu no setor comerciário com -41 vagas de trabalho geradas. Foram 38 contratações contra 79 demissões.

O setor de serviços fechou 54 vagas de trabalho e abriu 42, saldo de -12. A agricultura contratou 21 pessoas e desligou outras 25 no período de janeiro de 2016.


O resultado agregado de todos os setores aponta queda no número de carteiras assinadas no período analisado com 269 contratações e 299 demissões em janeiro.

Entidades reforçam urgência do Programa de Renovação da Frota

O presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), Miguel Torres, participou nesta segunda, 29 de fevereiro, em São Paulo, de uma reunião com o presidente da Anfavea (Associação dos Veículos Automotores), Luiz Moan, representantes de entidades do setor automotivo e sindicalistas metalúrgicos.

O objetivo foi discutir os próximos encaminhamentos do Plano de Sustentabilidade Veicular, conhecido como Programa de Renovação de Frota, junto ao governo.

Empresários e sindicalistas destacaram como urgente a implantação do programa, para a retomada do desenvolvimento, da produção e da geração de empregos e renda.

“Temos que ganhar a sociedade. As centrais unidas estão com atos programados em diversas regiões e Estados, em defesa do emprego, contra os juros altos, pela correção da tabela do imposto de renda e contra a perda de direitos trabalhistas e sociais. A crise não está poupando ninguém. Por isto, lutamos pela retomada do crescimento econômico”, diz Miguel Torres.


A primeira manifestação pelo emprego será realizada nesta terça-feira, 1 de março, em frente à Ford de São Bernardo do Campo/SP. De lá, os metalúrgicos do ABC e dirigentes sindicais metalúrgicos da CNTM/Força e da CNM/CUT vão marchar pela Via Anchieta.


Imprensa Metalúrgicos São Paulo

26 de fevereiro de 2016

Constrangimento público pelo chefe é assédio moral

As humilhações e constrangimentos não devem fazer parte das relações de trabalho, mas nem sempre é isso o que ocorre. O trabalhador passa a ser constrangido publicamente e humilhado perante aos colegas de trabalho ou outras pessoas no ambiente de trabalho.

Esse vídeo do Ministério Público do Trabalho simula uma das ações de assédio a que o trabalhador está sujeito. Se você percebe semelhança com o que tem passado, faça denúncia. Procure o Sindicato que pode te ajudar.



24 de fevereiro de 2016

Diretores do SINDVAS discutem cenário econômico


Os diretores do SINDVAS estão reunidos, na tarde desta quarta-feira (24), na sede em Santa Rita do Sapucaí para discutir o impacto do cenário econômico brasileiro no mercado de trabalho local e as ações para 2016. A presidente, Maria Rosângela Lopes, conduz a reunião com os diretores para definir as estratégias do sindicato.


23 de fevereiro de 2016

Ficar sentado todo o tempo não faz bem para a saúde

A cadeira parece um objeto inofensivo e até de descanso, mas o seu uso contínuo está associado a uma verdadeira epidemia no mundo do trabalho ligada ao sedentarismo. As horas passadas sentadas no trabalho, em uma reunião, em frente aos computados somadas revelam que passamos muito mais tempo sentados do que o imaginado.  O médico Victor Matsudo que é consultor da Organização Mundial da Saúde alerta que o sedentarismo é o segundo fator de risco que mais mata no mundo, ficando atrás somente da hipertensão. Anualmente, 5,3 milhões de pessoas morrem devido à complicações ligadas à falta de atividade.

Atenção com a saúde

A recomendação para os adultos é fazer 30 minutos de atividade física em pelo menos 5 dias por semana. O médico Matsudo recomenda que durante o trabalho é necessário levantar e permanecer em pé durante 5 minutos a cada 30 minutos sentado.

Riscos de permanecer o dia sentado


1. Você tem chances de morrer mais cedo
Segundo um trabalho publicado pelo professor canadense Peter Katzmarzyk, ficar sentado por longas horas diminui a expectativa de vida. Segundo o estudioso, o risco de morrer aumenta 50 vezes entre aqueles que passam tempo demais acomodados na falsa segurança de suas poltronas.

2. Você pode ter mais problemas com a balança
Segundo Matsudo, pesquisas comprovam uma correlação pouco surpreendente: quanto mais tempo um indivíduo passa sentado, maior o Índice de Massa Corporal. Além de facilitar a obesidade, o hábito também aumenta a circunferência abdominal, acrescenta o médico.

3. Sua fertilidade pode diminuir (se você for homem)
Passar muito tempo sentado reduz a concentração de esperma no líquido espermático. De acordo com Matsudo, o homem pode perder até 30% da sua fertilidade se não se levantar de vez em quando.

4. Sua coluna fica numa posição pouco natural
“Quando nos sentamos, geralmente distribuímos o peso do corpo de maneira errada, não respeitando as curvaturas naturais da coluna vertebral”, explica a fisioterapeuta Fabiana Rachid. Com isso, aumenta a pressão entre os discos intervertebrais, o que causa dores nas costas. Em alguns casos, a má postura pode trazer problemas mais graves, como hérnia de disco.

5. Sua circulação fica prejudicada
A posição sentada atrapalha a circulação sanguínea e linfática. Se for mantida por um tempo demais, explica Fabiana, essa postura traz problemas como inchaços nas pernas, dores e varizes.

6. Suas visitas ao médico serão cada vez mais frequentes

O hábito de passar tempo demais sentado está relacionado a problemas de diversas ordens, como aumento nos índices de triglicérides, pressão arterial e diabetes. Não à toa, diz Matsudo, pessoas ativas frequentam menos consultórios médicos, passam por menos cirurgias, usam menos remédios e se submetem a menos internações hospitalares do que aquelas que preferem a cadeira.

18 de fevereiro de 2016

Brasil será julgado por trabalho escravo

A Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), em San José (Costa Rica), começa nesta quinta-feira seu primeiro julgamento sobre trabalho escravo. O caso em questão é o da Fazenda Brasil Verde, no Pará, acusada de manter cerca de 340 pessoas em condições análogas à de escravo entre 1988 e 2000. Como se trata de uma análise inédita, a decisão vai balizar futuras ações sobre o tema.

 Exigência por medidas

A Corte poderá condenar o governo brasileiro a ressarcir os trabalhadores e a adotar medidas e leis para prevenir casos como esses. O Brasil é criticado por não ter havido condenação penal dos proprietários de fazendas e indústrias que submeteram seus trabalhadores a formas degradantes de trabalho.

— É impressionante que esta situação continue a ocorrer no Brasil. Vemos pouca ação do governo para prevenir estes casos, mesmo quando olhamos que foram libertados mais de 51 mil trabalhadores em condições análogas à de escravos (desde 1995). Interesses econômicos e políticos impedem a efetiva condenação dos fazendeiros. Quem escravizou no Brasil nos últimos anos não foi para atrás das grades — afirma Viviana Krsticevic, diretora do Centro pela Justiça e Direito Internacional (Cejil), de Washington, que representa o interesse dos trabalhadores neste caso e fez a denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, juntamente com a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Segundo o frei Xavier Plassat, coordenador nacional da campanha “De olho aberto para não virar escravo”, da CPT, o caso da Fazenda Brasil Verde é emblemático da omissão do Estado brasileiro na punição dos infratores:

— De 1989 a 2000, 343 trabalhadores foram libertados da fazenda, e os culpados não foram minimamente responsabilizados em ação penal. Os dirigentes da fazenda foram acionados em 1997. Houve conflito de competência e prescrição. Os trabalhadores também não receberam qualquer reparação pelos danos que sofreram.

Os responsáveis pela Fazenda Brasil Verde, procurados, disseram que não iriam se manifestar sobre o caso.

O diretor do Departamento Internacional da Procuradoria-Geral da União, Boni Soares, que está em San José para defender o Brasil, diz que o país já reconheceu internacionalmente que existe trabalho escravo em seu território e que tem política pública de combate a esse tipo de violação aos direitos humanos há décadas:

— Temos política pública de combate ao trabalho escravo reconhecida internacionalmente desde 1995. Uma política de estado que atravessou governos.

Ele afirma que a defesa brasileira vai se basear em relatórios de fiscalização feitos na Fazenda Brasil Verde após 1998, quando o Brasil aceitou se submeter às decisões da Corte. Nesses relatórios, segundo Soares, não há provas de trabalhadores submetidos à servidão por dívida, escravidão ou trabalho forçado:

— Reconhecemos que há trabalho escravo e trabalhamos incessantemente para erradicar, mas não há provas no caso específico — afirmou Soares.
Ameaças à erradicação
Plassat, da Comissão Pastoral da Terra, reconhece os esforços para erradicar o trabalho escravo no Brasil, mas chama a atenção para as ameaças a esse objetivo: a proibição pelo Supremo Tribunal Federal de que o Ministério do Trabalho publique os nomes dos empregadores que foram condenados administrativamente por usar trabalho escravo, a falta de auditores fiscais para vistoriar as empresas e a tentativa no Congresso de descaracterizar o trabalho análogo ao de escravo, excluindo as jornadas exaustivas e as condições degradantes do conceito usado atualmente para classificar trabalho escravo:

—Não temos nenhum prazer de ver o estado brasileiro ser condenado. Mas as conquistas estão sendo ameaçadas: faltam fiscais e querem desmantelar o conceito de trabalho escravo. Não podemos retroceder e sermos os maus alunos da comunidade internacional.

Hoje e amanhã ocorrerão as audiências públicas, transmitidas via internet, que vão orientar o julgamento da Corte. Contudo, as partes ainda terão mais um prazo para apresentar novas defesas e acusações por escrito, e a sentença deve ser conhecida em seis ou sete meses.
Viviana Krsticevic afirma que o caso é muito importante. De acordo com estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ainda há cerca de 21 milhões de pessoas em condições análogas às de escravidão no mundo. No caso da Fazenda Brasil Verde, segundo a denúncia, havia desde más condições de trabalho, servidão por dívida e até denúncias mais graves, de confinamento, tráfico de pessoas e o desaparecimento de ao menos dois trabalhadores:

— Esperamos uma condenação exemplar, que sirva de norte para os casos futuros e para dar dignidade aos trabalhadores. Lei Maria da Penha.

A Corte é a segunda instância dos Direitos Humanos no continente. Os casos começam na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, com sede em Washington (EUA) e então seguem para San José, se houver condenação na primeira fase. Os governos tentam acordos para evitar o constrangimento das condenações. Um destes acordos levou o Brasil a se comprometer com uma série de mudanças legais contra a violência contra a mulher, que se tornaram a Lei Maria da Penha, e é considerado um dos principais casos de sucesso do sistema interamericano de direitos humanos.

Os membros da comissão não podem se manifestar sobre o processo, mas fontes da Corte confirmam que o caso é histórico. Uma determinação forte sobre medidas que deverão ser adotadas pelo Brasil poderá ser um indicativo de novas leis no continente e no mundo.


— Os países precisam criar formas de evitar esta atrocidade em pleno século XXI. Não adianta só libertar os trabalhadores depois que eles foram escravizados — afirmou Viviana.


O Globo

Conheça os requisitos para a equiparação salarial

O trabalhador que exerce uma função sendo que na verdade tem atribuições de um cargo superior pode pedir a equiparação salarial. A CLT no artigo 461 diz que “sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 anos”.

O artigo 460 também trata do assunto ao abordar que “na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente, ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante.


A equiparação salarial demanda uma série de requisitos que deve ser observada

1. Identidade de função: não se deve confundir função com cargo, já que há empregados com o mesmo cargo e funções diferentes. Exemplo: os professores universitários e primários têm o mesmo cargo, mas a função (atribuição) é diferente.

2. Que o serviço seja de igual valor: é aquele prestado com igual produtividade e a mesma perfeição técnica.

3. Que o serviço seja prestado ao mesmo empregador, conceituado pelo art. 2º, da CLT.

4. Que o serviço seja prestado na mesma localidade: compreende o mesmo município, já que as condições locais podem influir no desnivelamento da remuneração.

5. Que não haja diferença do tempo de serviço entre os empregados da mesma função superior a dois anos – se o tempo de serviço na função for superior a dois anos, impossibilita a equiparação.

Tal situação se observa muito quando o empregado, demitido da empresa, ingressa com ação trabalhista pleiteando equiparação salarial com outro empregado que trabalha ou que tenha trabalhado na empresa.

No entanto, para fazer jus a equiparação salarial, é necessário que o empregado e o respectivo paradigma (trabalhador ao qual pede equiparação), tenham exercido a mesma função simultaneamente, ou seja, tenham trabalhado ao mesmo tempo na empresa, conforme requisitos mencionados acima.

Portanto, em caso de reclamação trabalhista, ainda que haja idêntica função, igual valor no serviço prestado ao mesmo empregador e mesma localidade, se não houve prestação de serviços simultaneamente entre o reclamante e o equiparado, não há equiparação salarial.

Esta é uma das situações que gera a necessidade de se desenvolver um plano de cargos e salários para a empresa, estabelecendo requisitos e atribuindo valores para cada cargo, capaz de eliminar distorções e assegurar a equidade e a coerência interna e externa.



Boletim Guia Trabalhista

17 de fevereiro de 2016

Presidente Maria Rosângela Lopes participa de reunião sobre Redes Sindicais

A presidente do SINDVAS e dirigente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), Maria Rosângela Lopes, participou na sede da Confederação, em Brasília, da reunião sobre as Redes Sindicais nesta terça-feira (17). Os dirigentes Carlos Albino, Roberto Anacleto, Valcir Ascari e Maria Amélia Ferreira também estiveram no encontro que foi coordenado pela vice-presidente da CNTM, Mônica Veloso.


As Redes Sindicais são instrumentos importantes para combater desigualdades de uma empresa em suas diversas plantas ao redor do mundo. Ainda é necessário para fortalecer a ação sindical nessas localidades.  Os dirigentes sindicais discutiram, durante a reunião, o planejamento de ação do CEREs (Coordenação Estratégica de Redes Sindicais) para o ano de 2016.

Dirigentes discutem Redes Sindicais. Foto CNTM

16 de fevereiro de 2016

Diminui distância entre mínimo e renda média

A política de reajustes reais do salário mínimo em vigor desde 2007, combinada ao efeito da recessão sobre a renda dos trabalhadores, deve reduzir um pouco mais a distância entre o piso nacional e o rendimento médio dos ocupados. Nos cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), o mínimo equivalia a 45% da renda média nacional em 2015, proporção que deve subir para 47% neste ano e alcançar 48% em 2017. A renda usada como referência foi a estimada pelo Ibre para a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, do IBGE.

Tomando como base a comparação com a renda média, o salário mínimo brasileiro é relativamente mais elevado do que em países-membros da Organização para o Desenvolvimento e a Cooperação Econômica (OCDE), como EUA (37,4%), Japão (39%) e Canadá (44,1%), mas ainda bem abaixo do nível observado em outro grupo de economias desenvolvidas, em que se destacam França (62,8%), Nova Zelândia (59,5%) e Portugal (55,8%). Os dados mais recentes da organização são de 2013.

Com a correção de 11,68% efetuada em janeiro deste ano, o mínimo passou a R$ 880, suficiente para comprar 2,14 cestas básicas, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Essa quantidade é a maior nas médias anuais da série histórica desde 1979. Ainda segundo o Dieese, o piso atual representa o maior valor real da série desde 1983. Para fazer esse cálculo, a entidade corrigiu os valores médios anuais anteriores do mínimo pela inflação do segmento de menor renda apontada pelo Índice do Custo de Vida (ICV).

O Dieese estima que 48,3 milhões de brasileiros tenham rendimento referenciado no salário mínimo. Desses, 22,5 milhões são beneficiários da Previdência Social, 13,46 milhões são empregados, 8,16 milhões trabalham por conta própria e 3,9 milhões são trabalhadores domésticos.

O impacto positivo do aumento do poder de compra de uma fatia expressiva da população sobre o consumo, porém, tende a ser inibido por outro fator que não ocorreu nos anos anteriores, na avaliação de economistas ouvidos pelo Valor: numa conjuntura de queda da atividade econômica, a pressão de custos provocada pela correção do mínimo sobre a folha de pagamento das empresas pode agravar o avanço do desemprego já em curso.

Tiago Cabral Barreira, pesquisador do Ibre, avalia que, ao contrário do que sugere boa parte da literatura econômica, o salário mínimo não tem impactos quase nulos sobre a taxa de desocupação. Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2014, observa Barreira, os trabalhadores que ganham até um mínimo e meio constituem a maior parte do mercado formal, representando 33,4% do estoque de empregos com carteira assinada.

Esse percentual é ainda mais elevado na agropecuária - atividade em que quase metade (48,1%) dos ocupados recebe 1,5 mínimo - e no comércio e nos serviços, setores intensivos em mão de obra em que essa fatia chega a 46,1% e 35,4% do total de trabalhadores, respectivamente.

"O dinamismo favorável desses setores ao longo dos últimos anos possibilitou que os aumentos reais do piso praticados pela política de reajustes pudessem ser absorvidos pelos empregadores sem que houvesse alta do desemprego na economia. É algo que não deve mais ocorrer num cenário recessivo como o atual", afirma Barreira.

Para o economista, o avanço da formalização do mercado de trabalho brasileiro na última década também pode acentuar os efeitos da correção forte do salário mínimo sobre as demissões. A taxa de informalidade medida pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, com informações das seis principais regiões metropolitanas, caiu de 34,1% em 2003 para 19,5% em 2015, ano em que ficou quase estável em relação a 2014, apesar da queda de 3,7% esperada pelo Ibre para o Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado.

"Nesse contexto, é plausível supor que a legislação do salário mínimo poderá ter fortes efeitos sobre uma parcela maior de trabalhadores, e consequentemente, ter mais impacto sobre o desemprego formal", disse Barreira, referindo-se à regra atual de reajuste do piso, que leva em conta a inflação do ano anterior e a variação do PIB de dois anos antes.

O aumento do mínimo terá efeito expansivo não somente sobre o contingente de desempregados, mas também na quantidade de ocupados no mercado informal, na opinião de José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos. "O problema é que vai ser difícil separar o que vai ser impacto da queda da atividade e o que será impacto do reajuste do mínimo, tanto sobre o desemprego quanto sobre a informalidade", diz o economista.

Segundo Camargo, ao lado do fim da desoneração da folha de pagamentos, o reajuste do piso nacional representará uma "pancada" significativa no mercado de trabalho, na medida em que vai elevar os custos das empresas e, assim, incentivar mais demissões. O avanço da desocupação, diz o economista, será maior entre trabalhadores jovens e pouco qualificados, que em sua maioria ingressam no primeiro emprego ganhando o salário mínimo.

Contrário a essa ideia, o professor João Saboia, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), argumenta que durante todo o período de vigência da política de valorização do salário mínimo, não foi observada tal relação. Em 2015, afirma Saboia, o desaquecimento do mercado de trabalho mostrou números "impressionantes", como a destruição de 1,5 milhão de postos de trabalho formais, mas esse fenômeno pode estar relacionado apenas de forma "marginal" à pressão de custos provocado pelo reajuste do piso nacional.

"A realidade econômica mudou", diz o economista da UFRJ. Com crescimento mais fraco da economia, os aumentos reais do salário mínimo serão cada vez menores daqui para frente. Por isso, para ele, os reajustes do piso não devem motivar demissões.

Naércio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, ressalta que resultados de estudos acadêmicos sobre o impacto do aumento do piso nacional sobre a desocupação são inconclusivos. "O que podemos dizer é que a política de valorização do mínimo contribuiu para reduzir a desigualdade, mas seus efeitos sobre o emprego são contraditórios."


Já Barreira, do Ibre, avalia que os reajustes do mínimo foram acompanhados de redução dos índices de pobreza e melhora da renda na última década porque o crescimento da economia permitia que as empresas absorvessem a pressão de custos. Num ano de recessão, no entanto, a atual política de correção do piso nacional será "algo problemático", afirma ele, elevando os custos do governo e de empregadores.



Valor Econômico

15 de fevereiro de 2016

Humilhação no ambiente de trabalho é assédio moral

O Ministério Público do Trabalho (MPT) incentiva que os trabalhadores que sofrem assédio moral procurem os meios legais e denuncie esse tipo de violência. De acordo com o MPT 50% das pessoas que sofrem assédio moral no trabalho podem desenvolver depressão.





A humilhação, grosserias, ridicularizarão, ofensas e outros atos que ofendam a dignidade do trabalhador devem ser combatidas. Se você sofre esse tipo de violência em seu local de trabalho, denuncie ao Sindicato que possui profissionais que podem te auxiliar.  

O último adeus a Francisco Dal Prá


Centenas de lideranças sindicais, do Rio de Janeiro e do País, parlamentares, trabalhadores, representantes de movimentos sociais e amigos uniram-se à família e a toda a Diretoria da Força Sindical do Rio de Janeiro no último adeus a Francisco Dal Prá, que aconteceu na tarde deste domingo (14), no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói. 

Presidente da Força Sindical RJ, da Federação dos Metalúrgicos do Estado do Rio de Janeiro e secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Dal Prá faleceu neste sábado (13), aos 73 anos, vítima de pneumonia.

Metalúrgico do ABC paulista, Dal Prá veio para o Rio de Janeiro no final da década de 1960, onde se tornou, já nos anos 70, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Gonçalo e, em 1977, presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado do Rio de Janeiro, função que exercia até sua morte. Foi juiz classista em 1990, representando os trabalhadores no TRT 1ª Região e sua trajetória no movimento sindical se identifica com a luta intransigente em defesa dos direitos dos trabalhadores e dos direitos civis.

Estiveram no velório, que começou ainda no dia 13, os deputados federais Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP), presidente da Força Sindical, e Áureo, presidente do Solidariedade no Rio de Janeiro, além do presidente da CNTM, Miguel Torres, e do ex-superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego no estado, Antônio Albuquerque, entre outros. 

“É uma perda muito grande para todos nós. Sabíamos das dificuldades de saúde dele nos últimos anos, sem dúvida. Mas sua garra e a vontade de estar ao lado do trabalhador e de suas causas era oxigênio para ele. Podia ter se aposentado, por sua luta e por sua história, mas se doou cada vez mais. Perco não só um grande líder sindical, mas também um grande amigo”, desabafou Miguel Torres.

Mônica Veloso, vice-presidente da CNTM e secretária-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco (SP), disse que Dal Prá marcou a história do sindicalismo, mas também a história pessoal de muitos dirigentes sindicais, como a dela própria. “Fui presidente da CNTM por um ano e ele foi minha base de apoio, de aprendizado, de solidariedade. Dal Prá foi espetacular, não só como companheiro de trabalho, mas como ser humano. Seu exemplo de vida e de caráter é seu legado para as próximas gerações. Hoje, sem dúvida, é um dia muito triste”, afirmou Mônica Veloso, sem conseguir conter as lágrimas. 

Antônio Albuquerque também ressaltou que sentia profundamente a perda de Dal Prá, não só pela pessoa humana que era, mas também pelo líder sindical que foi. “Ele não fugia à luta. Não existem pessoas insubstituíveis, mas ele, com certeza, fará muita falta”, assinalou. 

Para o coordenador geral do Sindicato Nacional dos Aposentados no Rio de Janeiro, Rafael Zibelli Neto, não só o Rio de Janeiro mas o país perdeu um grande líder sindical. “Fico até sem palavras. É só a dor. Vai fazer muita falta para todos nós. Perdi um amigo justamente quando me preparava para ficar mais perto dele, porque já no próximo dia 15 (nesta segunda-feira) volta a funcionar a subsede do Sindnapi em Niterói, nos fundos da Federação dos Metalúrgicos. O prédio ficou três anos fechado. Pretendia fazer uma inauguração, mas agora nem sei mais”, confidenciou. 

Centrais sindicais
Representantes das demais centrais sindicais também marcaram presença na despedida, marcada pela emoção. O diretor da CUT, Jadir Baptista de Araújo, disse que Dal Prá era o ponto de equilíbrio, não só da Força RJ, mas de todas as centrais e do movimento sindical. “Nesses 35 anos de convivência, aprendi a ter respeito e admiração por ele. Dal Prá será sempre referência para o movimento sindical do Rio e do país”.

Segundo Manoel Martins Meireles, diretor da UGT, Dal Prá tinha o poder de harmonizar, de reunir e dialogar com os adversários. “Foi o maior líder do movimento sindical do Rio de Janeiro e referência para todos nós. Fica um vazio. Vai demorar para termos outra liderança como ele”, admitiu.

Para Ronaldo Leite, presidente da CTB-RJ, o movimento sindical se despede de um guerreiro, que lutava pela própria vida e em defesa dos trabalhadores. “Ele não deixou que as limitações de saúde lhe impedissem de lutar pelos direitos trabalhistas. Perde o movimento sindical e os trabalhadores também”, ressaltou.

E Bartolomeu França, representante da CSB, disse que Dal Prá não morreu. “Tudo que aprendi com ele nesses 40 anos de convivência, vou guardar para sempre dentro de mim. Então, ele vive, por tudo que me ensinou. Era um conciliador, sempre presente nas principais lutas pelos direitos da classe trabalhadora”.
Trabalho continua
O vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do RJ, Sérgio Barbosa Claudino, afirmou que o momento era de despedida e o mais importante, depois, é dar continuidade ao trabalho. “Perdi um amigo, um mestre. Não tenho o que dizer. Hoje (14) é um dia difícil. Não queria ter que passar por este dia. E nossa responsabilidade será, juntos, continuar o trabalho que ele com tanta sabedoria conduzia à frente da classe metalúrgica do estado”.

Já o vice-presidente da Força RJ, Carlos Alberto Pascoal Fidalgo, disse que todos estavam órfãos. “Perdemos nosso líder. Se buscarmos palavras junto a cada sindicato filiado, junto a Federação (dos Metalúrgicos RJ) ou a CNTM, elas serão uma só: o sentimento de dor e imensa perda. Nos resta, agora, a cada um de nós, aplicar só um pouquinho do muito que aprendemos com ele. Sua humildade, sua compreensão, sua honestidade, seu espírito agregador. Ele era uma referência junto até às demais centrais. Organizou o movimento sindical no estado do Rio de Janeiro. E a Força RJ não vai regredir uma vírgula. Suas diretrizes serão seguidas. A tarefa é árdua. Mas, em conjunto, Sindicatos e Diretoria, vamos honrar sua memória”, garantiu Carlos Fidalgo.

A urna onde seu corpo jazia foi envolta nas bandeiras das três entidades que presidia e dirigia. Em discurso emocionado, o advogado João Campanário pediu uma salva de palmas para o líder sindical antes da saída do cortejo e foi prontamente atendido. Ao descer ao túmulo, depois de mais um discurso espontâneo de um trabalhador da Cedae, nova salva de palmas.

A Diretoria Executiva da Força RJ decretou luto por 7 dias. A central no Rio de Janeiro volta a funcionar dia 22, com reunião extraordinária de sua Diretoria Executiva, na parte da manhã. 

Francisco Dal Prá deixa viúva e quatro filhos. 


Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa, em 15 de fevereiro de 2016.

Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ


12 de fevereiro de 2016

Medição no Ministério do Trabalho

A mediação no Ministério do Trabalho, solicitada pelo SINDVAS, sobre a PLR 2015 da Metagal está marcada para o próximo dia 15 de fevereiro. O pedido foi feito após a paralisação dos trabalhadores da unidade de Santa Rita do Sapucaí no dia 20 de janeiro. 



3 de fevereiro de 2016

Movimento Sindical divulga ações em Brasília


Brasília está com cartazes de ações que o movimento sindical acredita serem necessárias em 2016. O secretário de Assuntos Parlamentares da CNTM, Carlos Cavalcante de Lacerda, colocou os banners em pontos estratégicos, entre eles, o que reivindica a Renovação da Frota de Veículos como fator para estancar as demissões no setor automotivo.



Na região

Procura por repelente faz fábrica de Pouso Alegre aumentar produção

O grupo Cimed, com sede em Pouso Alegre, aumentou a produção de repelentes desde 2015 quando a procura pelo produto ficou maior. As vendas cresceram em torno de 120% e o produção de sazonal passou a ser linear. As informações são do jornal Diário do Comércio desta terça-feira (2).


Segundo a publicação a incidência da zika, chikungunya e dengue são os motivos que alavancam a procura dos repelentes nas prateleiras de farmácias e supermercados. Outra fábrica mineira que também registra aumento de produção é a Farmax, em Divinópolis. 

Acesse mais informações aqui.

Nota de pesar



O SINDVAS lamenta a morte do companheiro Ivando Alves Cordeiro, o Geleia, nesta quarta-feira (3). Geleia era ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.

2 de fevereiro de 2016

Sindicalismo vai ao ‘Conselhão’ e cobra crescimento

A presidente Dilma Rousseff instalou no último dia 28 a nova versão do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o "Conselhão". O colegiado, com representantes de trabalhadores, empresários e governo, foi remodelado depois de sua última reunião, em junho de 2014. O encontro aconteceu no Palácio do Planalto.

Criado em 2003, no governo Lula, o Conselho desempenhou papel importante nas decisões estratégicas do País, mas perdeu protagonismo com Dilma. A expectativa, agora, é que o novo “Conselhão” consiga dar encaminhamento às alternativas relativas à retomada do desenvolvimento nacional.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, avalia positivamente a reunião. "O mais importante é que foi iniciado um debate com a sociedade, apontando que há disposição no governo de buscar consensos entre as forças sociais para superar as dificuldades da conjuntura", afirma.

Patah considera boa a criação de grupos de trabalho, destacando que na próxima reunião - em abril - já podem surgir propostas mais elaboradas. "O Conselho será um instrumento poderoso para destravar a inércia e avançar no caminho da retomada do crescimento", acredita.

"É positiva a retomada do diálogo, que não estava ocorrendo. Todo brasileiro quer superar a crise e, pra que isso ocorra, é preciso diálogo por parte do governo", destaca Miguel Torres, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/Força Sindical). O dirigente observa que o sindicalismo deve atuar no colegiado, visando à aceitação das propostas que já foram encaminhadas ao governo.

As Centrais Sindicais já entregaram ao governo o documento “Compromisso pelo Desenvolvimento”, elaborado em conjunto com entidades do setor produtivo, indicando sete medidas pró-emprego e o crescimento da economia. O sindicalismo também apoia o Plano Nacional de Renovação Veicular, que pode revigorar a cadeia automotiva.

Dieese - O diretor-técnico Clemente Ganz Lúcio chama atenção para a nova composição do colegiado. "Há uma renovação de 70% dos conselheiros, o que significa sangue novo pra debater novos rumos do País", avalia. O novo Conselho tem 92 integrantes - antes eram 90 – entre sindicalistas, empresários, dirigentes de movimentos sociais e pessoas destacadas da sociedade civil .



Agência Sindical