Presidente da Força
Sindical, o líder do Solidariedade na Câmara, deputado Paulinho da Força (SP),
disse hoje (5) após reunião com o presidente Michel Temer que é “inaceitável” a
criação de uma idade mínima de contribuição para a aposentadoria com regras de
transição que tenham como base a idade do trabalhador. A proposta do governo
para a reforma da Previdência foi apresentada hoje às centrais sindicais.
De acordo com o deputado, o
governo terá "muitas dificuldades” de aprovar uma proposta que coloca como
idade mínima os 65 anos, cujas regras valerão integralmente para os
trabalhadores abaixo de 50 anos, no caso dos homens, e de 45 anos, para as
mulheres.
“Estamos de acordo que tem
que ter uma reforma para todo mundo. Não pode ter privilégios. Mas não pode ter
injustiças. Eu deixei claro para ele [Temer] que ele não contará com o apoio da
Força Sindical para aprovar isso no Congresso”, afirmou, após se reunir com o
presidente. Segundo Paulinho da Força, as centrais devem se reunir nesta
terça-feira (6) para discutir estratégias de mobilização contra as mudanças na
Previdência. A proposta de emenda à Constituição que altera as regras da
Previdência será encaminhada ao Congresso nesta terça-feira (6). Pela manhã, o
secretário da Previdência Social do ministério da Fazenda, Marcelo Caetano,
dará uma entrevista coletiva para detalhar o texto.
“Vamos supor que um
trabalhador que entrou numa empresa com 16 anos está hoje com 50 anos e um dia.
Tem, portanto, 34 anos de contribuição e um dia. Falta um ano para se aposentar
e ele vai pagar mais a metade [do que falta]. Iria então trabalhar um ano e
meio a mais. Um outro trabalhador, que entrou na mesma empresa, tem 49 anos, 11
meses e um dia, ele está fora [da transição]. Teria que se aposentar só aos 65
anos”, exemplificou.
Atualmente, não há uma idade
mínima para os trabalhadores se aposentarem. Eles podem pedir a aposentadoria
com 30 anos de contribuição, no caso das mulheres, e 35 anos no dos homens.
Para receber o benefício integral, é preciso atingir a fórmula 85 (mulheres) e
95 (homens), que é a soma da idade e o tempo de contribuição. Durante discurso
às lideranças do Congresso, Temer confirmou que haverá uma regra de transição
para os trabalhadores e disse que as mudanças valerão "integralmente” para
os mais jovens.
O deputado disse que a Força
Sindical é favorável à criação de uma idade mínima somente para as pessoas que
não estão no mercado de trabalho. “Você já tem hoje uma reforma em andamento, a
fórmula 85/95, que vai chegar a 90/100, tempo de contribuição somado à idade. A
sugestão que fizemos foi de antecipar para 2021, já que o governo disse que não
tem como chegar em 2024. A partir dali você acrescenta a expectativa de vida. À
medida que as pessoas vivem mais, elas podem contribuir mais. Vou apresentar
essa emenda no Congresso”, anunciou Paulinho.
Antes de se reunir com os
sindicalistas, o presidente e a equipe econômica apresentaram as linhas gerais
da proposta aos líderes da base aliada no Congresso Nacional. Ao deixar o
encontro, o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso, apresentou alguns pontos que
foram anunciados com a reforma, mas disse que os parlamentares não tiveram
acesso ao texto da proposta.
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