Entre janeiro e maio de
2016, o Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais abriu 77 inquéritos
civis e ajuizou 10 ações civis públicas para combater o trabalho infantil. O
maior volume de casos, 28% dos inquéritos, foi registrado na sede, que recebe denúncias
de Belo Horizonte e de outras 146 cidades de seu entorno. A região do Sul de
Minas ficou em segundo lugar com 14% das ocorrências e a zona da Mata mineira
em terceiro com 13% dos inquéritos abertos.
Nos últimos cinco anos,
foram firmados 485 Termos de Ajuste de Conduta (TAC's), instaurados 971
inquéritos e ajuizadas 119 ações civis públicas no estado de Minas Gerais.
"As consequências
negativas do trabalho infantil são irreversíveis. A grande maioria das vítimas
jamais conseguirá recuperar o tempo perdido na escola, portanto, estarão
condenados ao subemprego. Um aspecto ainda mais perverso, é o risco de
acidentes, cujos números assustam: em 2009 a Previdência Social registrou
22.159 acidentes com empregados de até 19 anos. Em 2013, esse número subiu para
24.401. Por isso, as ações de combate devem ser um compromisso de toda
sociedade", alerta o procurador do Trabalho Carlos Eduardo Andrade.
O Ministério Público do Trabalho, em parceria com outras instituições lança, neste mês a campanha "Não ao Trabalho Infantil na Cadeia Produtiva", com foco nos setores de construção civil, agricultura e vestuário, onde há maior incidência dessa exploração. Todo o país irá ter uma programação especial para falar sobre o tema e, em Minas Gerais, o procurador do Trabalho Alessandro Beraldo ministrará uma palestra em Divinópolis, em 14 de junho sobre "Trabalho Proibido – Trabalho Protegido". No dia 22, o MPT na Escola estará em Montes Claros.
Dados gerais sobre o Trabalho Infantil: Segundo dados da última Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD), a taxa de trabalho infantil passou de 8,9% em 2013 para 9,8% em 2014.
Trabalho
Infantil por Gênero (sexo): A análise do trabalho infantil
por gênero releva que 65,5% das crianças e adolescentes que trabalharam na
semana de referência de 2014 são do sexo masculino e 34,5% são do sexo
feminino, demonstrando que os meninos são os primeiros a ingressar no mercado
de trabalho.
Trabalho
Infantil por Cor e Raça: O trabalho infantil também
prejudica mais as crianças e adolescentes negros: 62,7% são da raça negra ou
parda.
Trabalho
Infantil e Evasão Escolar: O trabalho infantil é um dos
maiores responsáveis pela baixa escolaridade e analfabetismo. Em 2014, 19,7%
das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalhavam e não frequentavam a
escola. Embora a evasão escolar seja maior entre os adolescentes mais velhos, na
faixa etária de 5 a 15 anos,7,8% de crianças e
adolescentes trabalhavam e não frequentavam a escola.
MPT MG
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