IR PARA

18 de maio de 2016

Por falta de peças, Fiat interrompe produção por tempo indeterminado



A fábrica da Fiat em Betim, Minas Gerais, está com sua produção suspensa por tempo indeterminado. A paralisação, que começou na segunda-feira, 16, ocorre porque as fabricantes de autopeças Tower e Mardel, da multinacional Keiper, interromperam na última quinta-feira o fornecimento de componentes e estruturas metálicas soldadas. 

Com isso, os 18 mil trabalhadores da Fiat em Betim ficarão em casa. A montadora esclareceu, no entanto, que eles serão remunerados normalmente, como se estivessem trabalhando. Segundo a empresa, a paralisação também afeta diretamente a produção de dezenas de outros fornecedores, deixando mais de 50 mil trabalhadores sem atividade na região. A fábrica em Betim é a maior da Fiat no mundo.

A decisão da Keiper surpreendeu a Fiat e foi vista pela montadora como uma "medida extrema". "A Fiat entende que a decisão não é uma atitude construtiva, principalmente neste momento de crise econômica pelo qual passa o País", disse a empresa em nota. A montadora tem tentado negociar a retomada do fornecimento com a Keiper e não descarta entrar na Justiça. 

Volkswagen
A Volkswagen também tem enfrentado problemas com a Keiper. Ontem, as três fábricas da montadora no Brasil tiveram a produção paralisada em razão da falta de bancos e cerca de 10 mil funcionários ficaram sem trabalhar. Para retomar a produção, a Volkswagen obteve liminar, na noite de segunda, que obriga a Keiper a voltar a fornecer o produto em até 24 horas. O não cumprimento da medida resultará em multa diária de R$ 500 mil.

A Keiper foi procurada pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) para comentar as situações da Fiat e da Volkswagen, mas não houve resposta até o momento.

Isto é



Fornecimento de peças para a Fiat será retomado em Betim, diz Keiper

A Keiper/Prevent informou nesta quarta-feira (18) que voltou a fornecer componentes à Fiat, pelas empresas Tower e Mardel, pertencentes ao grupo multinacional. A produção da fábrica da montadora de carros em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está paralisada desde a última sexta-feira (13), por causa da suspensão do fornecimento de peças. A assessoria da Fiat confirmou que a montadora foi avisada que a entrega das peças será feita, mas disse que a produção da montadora não tem data para recomeçar. O fornecimento não havia sido retomado até a última atualização desta reportagem. Nesta manhã, metalúrgicos fizeram um protesto em frente à Keiper/Prevent, em Betim. O Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região alegou que, em função da suspensão do fornecimento de peças, a empresa estaria fechando. O ato começou por volta de 9h e terminou às 11h40.

Nesta terça-feira (17), a Fiat havia informado que as fornecedoras queriam reajustar seus preços. O assunto ainda estava em negociação quando, de acordo com nota divulgada pela montadora, “as empresas interromperam abruptamente o fornecimento de componentes e estruturas metálicas soldadas na última quinta-feira (12)”. A fábrica em Betim tem 19 mil funcionários e é a maior montadora de veículos do Brasil. Ela produz os modelos Fiat Mobi, Uno, Palio Fire, Palio, Bravo, Punto, Grand Siena, Linea, Siena, Palio Weekend, Strada, Idea, Doblò, Fiorino, Uno Furgão e Doblò Cargo. De acordo com a Fiat, a perda diária em arrecadação para o governo é de R$ 30 milhões.

O advogado da Keiper/Prevent, César Hipólito Pereira, disse nesta terça-feira (17) que a interrupção do fornecimento dos componentes foi necessária porque há débitos da Fiat em relação a uma remessa de peças e que, logo após ter feito o pedido, anunciou férias coletivas.

A assessoria da Fiat nega a dívida e disse que a última paralisação aconteceu no dia 25 de abril, durando dez dias. De acordo com a montadora, a medida atingiu trabalhadores de três das quatro linhas de produção.

G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, participe, comente, deixe sua observação.