O PIB (Produto Interno
Bruto) de 2014, anunciado pelo governo, é consequência das políticas erráticas
que a equipe econômica vem adotando nos últimos tempos. O pífio resultado de
apenas 0,1% é fruto dos juros altos, que esfriam a economia, e da falta de um
projeto de desenvolvimento industrial consistente e de longo prazo, com políticas
eficientes de investimentos em infraestrutura. Além disto, a enorme teia de
corrupção da Petrobras ocasiona uma crise que abala a economia e penaliza
duramente os trabalhadores com as demissões.
O PIB fajuto é
resultado de uma política econômica equivocada, que só beneficia o setor
financeiro e os especuladores, em detrimento da produção e da geração de
empregos. Vale ressaltar que a indústria, um setor estratégico para o
desenvolvimento, que comporta os maiores salários e possui maior poder de negociação,
recuou 1,2% no ano passado. A indústria de transformação recuou 3,8% no mesmo
período.
O PIB
praticamente nulo vai desestimular as empresas e os investidores, que irão
colocar o pé no freio, resultando em aumento do desemprego. Com isto, o País
não irá conseguir alcançar um crescimento sustentado, que absorva a mão de obra
de jovens que entram no mercado de trabalho todos os anos. Com o pior resultado
para meses de fevereiro desde 2011, a taxa de desemprego registrada nas seis
maiores regiões metropolitanas subiu para 5,9%.
Este é o resultado de
manter uma política com juros altos, que dificulta o crescimento da economia e
estrangula o setor produtivo. É uma clara demonstração de que o governo
se curva aos especuladores em detrimento da produção e do emprego.
Outro dado importante a
destacar é que a espantosa crise que envolve a Petrobras, envolvida em
desmandos, repercute amplamente no conjunto da economia brasileira. A estatal é
responsável por algo próximo a 10% do PIB, e contribuiu, sozinha, com mais de
10% de todo o investimento em capital fixo no País. A corrupção generalizada da
estatal, além de brecar os investimentos, já gerou desemprego (direto e
indireto) de mais de 250 mil trabalhadores no País.
Precisamos urgentemente
de uma agenda focada no desenvolvimento, no incentivo à produção, na geração de
emprego e na distribuição de renda.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
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