Cidade com tradição no
plantio de café, Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas – com 38,7 mil
habitantes –, também é um “canteiro de fábricas” do setor de tecnologia, como
define o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos,
Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza
Pinto. É que, a cada 15 dias, as empresas do município têm, em média, 25 itens,
entre lançamentos de novos produtos e inovação tecnológica, calcula Pinto. Além
do boom de inovação, o presidente do Sindvel informa que, a cada dois anos,
chegam ao Vale da Eletrônica ao menos 20 empresas originadas das incubadoras.
Atualmente, são 153 empresas que empregam cerca de 10 mil pessoas e vão gerar
um faturamento de R$ 2,7 bilhões neste ano. “A inovação tecnológica acontece
‘todos os dias’, se ela parar, a empresa morre em três meses”, calcula Pinto.
Entre os 13,7 mil itens
produzidos, os que possuem software embarcado são os que sofrem inovação
diariamente independentemente da área de atuação da empresa. “A minha empresa
(Santa Rita Alarmes) produz rastreadores de veículos, e todos os dias o cliente
pede para fazer alguma coisa que o mercado demanda”,diz.
Durante a Feira
Industrial do Vale da Eletrônica, que terminou na última sexta-feira, as Forças
Armadas também foram buscar inovação em Santa Rita do Sapucaí. O coronel do
Exército George da Silva Diverio diz que existe a necessidade de interação das
Forças Armadas com a sociedade e, principalmente, com a indústria nacional de
defesa. “Precisamos de uma gama gigantesca de artigos diversos, como
desenvolvimento de radares, rádios definidos por software, antenas, componentes
eletrônicos e circuitos integrados”, enumera alguns deles.
Além de fazer palestra
durante o evento, o coronel também fez prospecção de produtos e interessou-se
por um sistema de comunicação de controle que dá a parte situacional do
combatente e transmissão de dados. Sem citar nomes de empresas, o coronel do
Exército também encontrou um rádio construído somente com software.
“Pouquíssimos países no mundo têm um rádio que é definido por software”,
explica.
Também na feira, a
especialista sênior em ciência e tecnologia do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID), Vanderleia Radaelli, conta que a instituição já investiu R$ 6 milhões
nos últimos quatro anos no Vale da Eletrônica e vai investir mais. “Estamos
muito felizes do quanto as empresas estão envolvidas com a atividade de
inovação”, conclui.
Fonte
O Tempo
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