Quase metade das
negociações salariais fechadas em todo o país no primeiro trimestre deste ano
nos setores da indústria, comércio e serviços teve reajuste abaixo da inflação.
Essa piora foi detectada por um levantamento preliminar feito pelo Departamento
Intersindical de Estatística e estudos Socioeconômicos (Dieese). Das 102
negociações fechadas entre janeiro e março, 49% obtiveram reajuste abaixo da
inflação apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acumulada
em 9,91% nos 12 meses encerrados em abril. E a maioria registrou queda real de
até 1% nos salários em acordos coletivos.
Dos 51% restantes das
negociações concluídas no primeiro trimestre, 27,5% tiveram aumentos iguais à
inflação, e 23,5%, reajustes acima da inflação, aponta o levantamento do
Dieese.
Em janeiro do ano
passado, observa o técnico do Dieese Luis Ribeiro, a fatia de categorias com
reajustes abaixo da inflação estava em 42% subiu para 47,7% em janeiro deste
ano, recuou para 30,8% em fevereiro e atingiu 62,5% em março.
No primeiro trimestre
de 2015, a fatia de dissídios que ficaram abaixo da inflação era bem menor em
relação a este ano: em janeiro estava 1,1%; fevereiro, 9,1% e março, 10%. O
técnico pondera que os dados são ainda preliminares e podem mudar, pois muitas
categorias ainda não fecharam acordo. De toda forma, a piora é nítida.
O
Tempo
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