A presidente Dilma
Rousseff disse, no Dia Internacional da Mulher (8/3), que o governo federal
está atendendo a uma reivindicação histórica de todas as mulheres e dos
movimentos feministas do País, ao assinar a portaria interministerial que torna
obrigatória a realização pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de cirurgias
reparadoras para mulheres vítimas de violência. O ato teve a presença da
representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman; do ministro da Saúde,
Marcelo Castro; da secretária especial de Política para as Mulheres, Eleonora
Menicucci; e da ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos,
Nilma Lino; entre outras autoridades, no Palácio do Planalto. Também estava,
presentes as representantes da Marcha Mundial das Mulheres. Dilma também
destacou que a portaria torna efetivas as previsões da Lei 13.239, sancionada
em dezembro de 2015.
“É uma reivindicação
histórica que hoje estamos cumprindo. Porque se trata de uma espécie de resgate
da autoestima da mulher, vítima de violência, não ficar com uma sequela
irreparável, que decorre de uma ação que todos repudiamos, que é hoje crime. E,
portanto, nada mais justo que a mulher tenha sua condição integral reparada, de
forma que seu corpo não fique marcado nem deformado por uma violência
completamente injustificada”.
“É certo que o caráter
absolutamente universal do SUS trazia dentro dele um direito implícito de todas
as mulheres a ter acesso ao atendimento. Mas nós achamos importante tornar
obrigação do Estado, incluir o dever de informar as mulheres sobre seus
direitos e proceder especificamente a essas cirurgias reparadoras”,
acrescentou. A presidente agradeceu ainda à Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica, pelo apoio dado para a viabilização dessa política pública.
Ações - A
presidente lembrou que, ao tomar posse, em 2011, no seu primeiro mandato,
afirmou que um de seus objetivos era garantir que todas as mulheres brasileiras
sentissem orgulho e alegria de ser mulher. E enumerou algumas ações já tomadas
para ampliar a autonomia das mulheres, gerar mais oportunidades e, sobretudo,
combater o preconceito. “Um dos mais fortes preconceitos é a violência que
recai sobre a mulher pelo fato de ela ser mulher”.
A violência zero contra
as mulheres foi tornada prioridade de governo, com a efetiva expansão dos
serviços especializados de atendimento às vítimas de violência feminina, que
hoje somam 1.063 serviços. Ao mesmo tempo, foi expandido o Ligue 180, que
passou a funcionar como um disque-denúncia.
Além disso, o governo
iniciou a implantação das Casas da Mulher Brasileira, que agregam, em um único
local, todos os serviços para atenção as vítimas de violência de gênero. As
primeiras unidades da Casa já foram instaladas no Distrito Federal e no Mato
Grosso Sul, mas a ideia é que as unidades estejam em todas as capitais
brasileiras.“Em um passo adicional à Lei Maria da Penha, sancionamos a Lei do
Feminicídio, que torna crime hediondo o assassinato de mulheres pela sua
condição feminina”, explicou a presidente.
A portaria assinada
hoje, Dia Internacional da Mulher, é mais um instrumento neste conjunto de
políticas e ações orientadas para combater a violência de gênero, afirmou a
presidenta. “Escolhemos essa data porque ela é simbólica de todo um processo
que temos de combater e que se expressa no preconceito que muitas vezes a
mulher, de todas as idades, sofre”.
Portal Brasil
Ela reafirmou ainda a
disposição de lutar, até o fim do seu mandato, em 2018, para fazer do Brasil um
país que tem na igualdade de direitos entre homens e mulheres um dos pilares da
sociedade. Por fim, a presidenta Dilma homenageou e agradeceu aos presentes
pela participação nessa luta, que chamou de “luta cidadã”, e às milhões de
mulheres brasileiras anônimas “que fazem desse país um país maior”.
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