Os 412 trabalhadores da
Metagal, unidade de Santa Rita do Sapucaí-MG, continuam unidos e mobilizados na
reivindicação pelo recebimento da PLR 2015. O Sindicato compareceu à empresa na manhã de quinta-feira (21) para, ao lado dos trabalhadores, receber o valor da PLR
conforme o prometido pela Metagal. A reunião com a comissão de trabalhadores teve
início às 10h e os diretores do Sindicato só deixaram a Metagal às 14 h.
“Os trabalhadores deram
a demonstração que com união é possível avançar. O que vimos hoje é que os
trabalhadores da Metagal são os negociadores da PLR junto com o Sindicato, eles
são peça integrante do processo de negociação. Essa é uma conquista de
conscientização e valorização de si próprio como trabalhador”, comentou a
presidente do Sindicato após mais de 4 horas reunida com a categoria.
Abaixo
você confere um resumo sobre tudo que ocorreu em torno da PLR 2015
●
Os trabalhadores vinham do recebimento de uma PLR no valor de R$ 2.300 em 2014 e
o pedido para o ano de 2015 era de R$ 3.000 pagos em 2 parcelas. A primeira em
maio, como antecipação, e a segunda em janeiro de 2016. Esse pedido foi oficializado pelo Sindicato à
Metagal ainda primeiro semestre.
● Em
julho de 2015, o Sindicato pressionou a empresa a se manifestar já que não
havia pagado a primeira parcela. A empresa encaminhou um ofício dizendo que
passava por crise devido à economia e a situação do país e por isso pagaria a
PLR de uma única vez em janeiro de 2016. O Sindicato levou em assembleia esse
ofício e os trabalhadores aceitaram a prorrogação.
● No
dia 8 de janeiro de 2016, a presidente Maria Rosângela Lopes ligou para a
empresa e voltou a pressionar por um posicionamento oficial sobre a PLR. Afinal
de contas os trabalhadores queriam saber onde estava o dinheiro da PLR. “O gato
comeu?” era a pergunta feita por todos.
● No
dia 19 de janeiro, os trabalhadores cansados de esperar por uma resposta da
Metagal decidiram cruzar os braços no pátio da empresa. O Sindicato compareceu
e a empresa abriu negociações.
● No
dia 21 de janeiro, o Sindicato retornou à empresa para se reunir com a comissão
de trabalhadores tirada no dia 19, formada por 16 pessoas inclusive o contador
da empresa. A Metagal voltou a dizer que não tem dinheiro e que está no
vermelho. Afirmou ainda que a produção diária caiu de 16 mil para 6,5 mil peças
e que tem sofrido com a alta do dólar além de queda no faturamento.
Ainda assim apresentou uma
proposta de R$ 500 e um “plus” de R$ 200 para os trabalhadores com 0 (zero) de
falta. A comissão rejeitou a proposta e
a presidente comunicou a decisão por telefone aos diretores da empresa em São
Paulo. Eles retornaram a ligação com uma segunda proposta que contemplava:
PLR
de R$ 500,00
+ R$ 500,00 para quem tivesse 0 (zero)
de falta
Ou R$ 550,00 para todos.
Diante disso, uma
assembleia geral foi chamada e os mais de 400 trabalhadores em união rejeitaram
a proposta e aprovaram a continuidade de paralisação total dos trabalhos.
Proposta da empresa foi rejeitada pelos trabalhadores |
A presidente comunicou
a decisão para os diretores da empresa em São Paulo que ameaçaram processar o
Sindicato por danos e prejuízos que Metagal tivesse. “Eu não me abati diante da
ameaça”, disse a presidente. “Respondi que estava na chuva para me molhar e que
iria defender a minha categoria”, acrescentou.
A Metagal voltou atrás das ameaças e pediu para que as negociações
pudessem continuar.
Mais uma assembleia foi
realizada com todos os trabalhadores onde foi passada a ameaça ao Sindicato e o
pedido da empresa. Os trabalhadores votaram e decidiram por continuar as
negociações com valor mínimo de PLR de R$ 2.300 e máximo de R$ 3.000. Também decidiram
que a resposta tem que ser dada até às 7h de segunda-feira (25) quando inicia o
turno. A greve geral irá começar se a resposta da empresa não for de acordo com o pedido.
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