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8 de julho de 2015

Maria Rosângela Lopes faz balanço sobre período à frente da Femetal

Quando assumi a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Minas Gerais (FEMETAL) em 2011 sabia muito bem os princípios que iam nortear a minha estadia na presidência dessa honrada casa do trabalhador mineiro.

Ainda no meu discurso de posse disse que minha gestão seria de “diálogo, transparência e acima de tudo ética”. Completei meus dias de mandato, com a convicção de que fiz o que pude para não desviar em nenhum momento desses valores. Por isso, apresento um breve relato dos meus trabalhos na presidência da FEMETAL.

Quando fui eleita com 90,2% dos votos sabia que ali estava mais um grande desafio para a minha vida sindical de mais de 35 anos. Permito-me mais uma vez recordar do meu primeiro discurso na FEMETAL. Há quatro anos citei Cora Coralina que escreveu “sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores”.

Cheguei à presidência da Federação depois de uma longa caminhada como presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Vale do Sapucaí, em Santa Rita do Sapucaí, diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) desde 1997, secretária da Central Força Sindical e tantas outras representações, que com orgulho conquistei nas mais de três décadas servindo o trabalhador brasileiro.

E assim como nos versos de Cora Coralina as pedras também surgem e foram muitas as retiradas pelo caminho ao longo da minha presidência.

Assumi a FEMETAL com um caixa que possuía R$ 300 mil e depois dos primeiros meses de diagnóstico foi levantado um débito de Refis e processo trabalhista. O valor, por volta de R$ 1 milhão, era bem superior ao que estava no caixa e por isso tivemos que negociar para que a Federação pudesse quitá-lo sem perder seus bens.

Depois de muito trabalho com o nosso grupo de diretores, o setor jurídico tanto da FEMETAL como do SINDVAS - que foi acionado para nos ajudar - conseguimos um acordo judicial de parcelamento da dívida e hoje, em 2015, passo a presidência da Federação com todos os débitos quitados, sem nenhuma dívida e ainda com R$ 1 milhão em caixa.

As pedras da dívida rolaram e outras surgiram na infraestrutura do prédio de dez andares, no centro de Belo Horizonte. Terminamos a obra iniciada na gestão anterior com retirada de carpetes de todas as salas e revitalização com pisos novos, pintura, troca de tubulação entupida, restauração das cadeiras do auditório, e o que mais preocupava a mim: a reforma dos elevadores. Mas, conseguimos finalizar com a troca de todos os cabos e renovação inteira das cabines.

Também trocamos o veículo da entidade e adquirimos um segundo.  O carro antigo, um Toyota/Corolla foi vendido por R$ 21 mil reais dado seu estado de conservação, e compramos um novo Toyota/Corolla para as viagens longas de atendimento aos sindicatos do interior, além de um Fiat/Siena para atendimento aos diretores de plantão em Belo Horizonte.

Conseguimos visitar praticamente todos os sindicatos filiados à FEMETAL, mas restaram três que não tivemos a oportunidade de conhecer devido às dificuldades na agenda de seus presidentes.

Termino o meu mandato com o cumprimento absoluto de respeito aos trabalhadores da Federação.  Não causei nenhuma demissão do quadro de servidores mesmo quando estávamos no processo de transição de presidentes, pelo contrário, valorizamos com salário e com benefícios.

As pedras do reconhecimento também foram retiradas. Lembro que quando cheguei a Belo Horizonte peguei um táxi e disse ao motorista que ele me levasse à Federação dos Trabalhadores. Ele sem saber respondeu se existia isso na cidade. Depois desse momento começamos um trabalho de comunicação e ampliação do nome da FEMETAL.

Participamos mais efetivamente das campanhas unificadas, marcamos presença em diversas mobilizações, levei o nome da FEMETAL por onde eu passei no Brasil e exterior. Hoje ao falar com os taxistas, eles já perguntam: É na rua Curitiba? Esse reconhecimento faz com que tenho o sentimento de dever cumprido, embora muitas pedras insistam em permanecer.

Eu fui a primeira mulher presidente da Federação, que tem mais de 70 anos de história, e ainda hoje sinto o preconceito de gênero. Preconceito que nós sindicalistas lutamos tanto para extinguir nos locais de trabalho e ainda resiste nas nossas entidades. Infelizmente.
Voltando ao verso de Cora Coralina, “...plantando flores...”. 

Acredito que minha passagem pela presidência trouxe mudanças significativas. O nosso auditório tem ótimas acomodações para que mais cursos de qualificação sindical possam ser feitos. Enquanto estive na presidência realizei alguns embora tenha convicção que foram poucos, mas estávamos com uma dívida imensa para pagar e várias reformas a fazer. Espero que a nova gestão continue o trabalho para a qualificação dos nossos companheiros.

O meu desejo como ex-presidente da FEMETAL e ainda participante da diretoria junto com demais companheiros, inclusive do SINDVAS, é que a nossa Federação continue no caminho da representatividade dos trabalhadores mineiros. Aos trabalhadores meu muito obrigada.
Em prestígio ao respeitoso mandato restou ajustado entre os presentes na eleição dos novos diretores da Federação, assim com a presença de representantes da CNTM e o jurídico da Federação, que a presidente Maria Rosângela Lopes continuará a ocupar a sua cadeira executiva junto à CNTM representando a FEMETAL.

Maria Rosângela Lopes




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