Não foi nem de longe o
resultado esperado, mas a direção da Força Sindical volta hoje de Brasília com
o sentimento de que nada mais poderia ser feito para barrar as Medidas
Provisórias que restringem o acesso de benefícios conquistados há anos aos
trabalhadores.
As duas MPs, que mudam as regras do seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença e pensão por morte, foram aprovadas pelo Senado na terça-feira e ontem. As propostas já tinham passado pela Câmara também. Nas duas ocasiões a Força tentou, na pressão contra os parlamentares, derrubar as medidas. Dinheiro falso com a cara de Dilma foi jogado em cima dos deputados. Ontem, máscaras com o rosto da presidente tomaram conta das galerias do Senado.
As duas MPs, que mudam as regras do seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença e pensão por morte, foram aprovadas pelo Senado na terça-feira e ontem. As propostas já tinham passado pela Câmara também. Nas duas ocasiões a Força tentou, na pressão contra os parlamentares, derrubar as medidas. Dinheiro falso com a cara de Dilma foi jogado em cima dos deputados. Ontem, máscaras com o rosto da presidente tomaram conta das galerias do Senado.
“É um conjunto de
maldades que farão um estrago grande na vida do trabalhador. Pior que atinge o
trabalhador comum, o pescador que tem como fonte a pesca e o funcionário de
baixa renda. E o atual governo, diferentemente do anterior, quando havia
diálogo, não parece querer ceder’’, atacou Miguel Torres, presidente da
Força Sindical, que descarta qualquer diálogo com o Planalto. “A presidente
nunca quis negociar com as centrais. Não vamos sentar para conversar.”
Com as mudanças, o
trabalhador terá direito ao seguro-desemprego se tiver registro em carteira por
pelo menos 12 meses ininterruptos nos últimos dois anos. Antes, eram
necessários permanecer seis meses no emprego para requerer o beneficio. Além
disso, quem pedir o seguro-desemprego pela segunda vez, deve ter nove meses do
trabalho. Já o abono salarial, pago anualmente a quem recebe por mês uma
remuneração de até dois salários mínimos, somente será dado a quem exerceu
atividade remunerada por, no mínimo, 90 dias antes eram 30 dias.
“Se estas regras
estivessem valendo ano passado, sete milhões de pessoas não teriam direito ao
seguro-desemprego. Se transportarmos isso para a realidade de hoje, fica pior:
são entre dez milhões de trabalhadores sem os benefícios’’, alertou Miguel.
Os chifres nas máscaras
com o rosto de Dilma são explicadas assim pelo sindicalista. “É isso que o
trabalhador enxerga quando vê a nossa governante: uma pessoa que simboliza a
maldade’’, ataca.
A Força não descarta
fazer novas manifestações pelo país. O certo agora é tentar reverter as MPs na
Justiça. “Entramos com uma medida no Supremo Tribunal Federal. O recurso não
foi julgado ainda, mas é a maneira que nos restou’’, fala.
Diário de S.Paulo
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