O Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) vai apertar a fiscalização contra a informalidade e a
sonegação dos valores devidos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
As medidas foram anunciadas esta manhã pelo ministro Manoel Dias e devem elevar
as receitas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do FGTS e da Previdência
Social em R$ 5,2 bilhões até o final deste ano.
“Mesmo que tenhamos
hoje mais de 50 milhões de pessoas empregadas formalmente e isso é uma grande
conquista dos últimos 12 anos, ainda temos 14 milhões de trabalhadores em
situação irregular, que não tem acesso aos seus direitos básicos. Isso
representa uma sonegação de R$ 80 bilhões por ano à Previdência e ao FGTS, que
nós temos que combater pelo bem do trabalhador, tanto na questão dos direitos
quanto da saúde dos fundos”, explicou Manoel Dias.
De acordo com
ele, os Auditores Fiscais do Trabalho, em todo País, estão dando início à fase
2 do Plano Nacional de Combate a Informalidade dos Trabalhadores Empregados. Ao
longo dos últimos seis meses, o MTE trabalhou na preparação desta ação, com a
melhoria dos sistemas informatizados, a criação de novas ferramentas de
fiscalização, a capacitação dos agentes e a organização de um plano de
fiscalização por estado. “Cada estado tem pelo menos uma equipe pronta e com
metas a perseguir, a partir de hoje”, continuou.
As ações de
fiscalização contra a informalidade acontecem “in loco” nas empresas e tiveram
como ponto de partida o mapa da informalidade no País, desenhado a partir da
Pnad 2013 e do Censo do IBGE. Uma campanha informativa já foi realizada nos 537
municípios onde as pesquisas apontaram maior informalidade. Pelo menos 554 mil
empresas foram notificadas por mala direta. As regiões Nordeste e Sudeste, que
tem os maiores índices de informalidade, devem ganhar atenção especial.
A expectativa é
tirar da informalidade mais de 400 mil pessoas nessa fase dos trabalhos. Um
grande número de trabalhadores também deve ser formalizado a partir da
repercussão das ações de fiscalização. O cálculo é de que esse resultado gere
um aumento de receita de R$ 2,529 bilhões para o FGTS e Previdência Social, se
levado em consideração o rendimento médio do trabalhador e os porcentuais de
desconto do fundo (8%) e da Previdência Social (27,5%). O valor sonegado por
empregado, por ano, chega a R$ 6,3 mil.
Valor
da multa - Nas próximas semanas, o ministro deve
encaminhar à presidenta Dilma Rousseff um pedido para que o governo eleve o
valor da multa para o empregador que deixa de registrar em carteira o
trabalhador. “Essa multa está defasada há 20 anos”, reclama Manoel Dias.
Segundo ele, o valor de R$ 402,53 por trabalhador sem carteira assinada não
assusta o sonegador, que muitas vezes prefere arriscar e manter os
trabalhadores irregulares.
Fiscalização eletrônica - Os
Auditores Fiscais do Trabalho também deflagram a partir desta semana a terceira
etapa do Programa de Fiscalização Eletrônica, diretamente nas informações
prestadas pelas empresas. A meta é recolher e notificar um valor superior a R$
2,6 bilhões e garantir que os volumes devidos aos trabalhadores também sejam
depositados nas contas vinculadas.
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