A Federação da
Indústria do Estado de Minas Gerais (Fiemg) realizou no último dia 28 de
maio reunião solicitada pela Femetalminas para discutir a onda de demissões de
trabalhadores na indústria sob o argumento de crise no fornecimento de energia
elétrica.
Nos dois útimos meses
aconteceram centenas de demissões em empresas no Vale do Aço, Ipatinga, Capitão
Enéas, Curvelo, Ouro Preto, Montes Claros, Poços de Caldas e Bocaiúva.
Representando a presidenta da Femetalminas na reunião, o secretário geral da Federação,
Paulo Cézar dos Santos, afirmou o clima de desespero que afeta as famílias dos
trabalhadores nas principais localidades onde acontecem as demissões,
construindo não apenas um grave problema social, mas também uma séria ameaça de
desarticular e sucatear as estruturas industriais instaladas. Paulo
Cezar, que estava acompanhado na reunião pelo diretor que coordena os
trabalhadores federados, Astolfo de Freitas, e pelo diretor tesoureiro, Delson
José de Oliveira, também presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Bocaiúva,
defendeu a utilização da energia gerada por termelétricas pelo setor industrial
como forma de proteger o processo de desenvolvimento e preservar os empregos.
Delson de Oliveira
esteve na mesa de frente com dirigentes da empresa Rima Industrial, que demite
no Norte de Minas e que ainda sinaliza com a continuidade de desligamentos em
seu contingente de trabalhadores nas cidades de Bocaiúva, Capitão Enéas e
Várzea da Palma. Segundo os empresários isto dependerá da reforma do contrato
com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). As incertezas levam os
empresários a temer o fechamento da empresa até o final deste ano. “Esta
é uma discussão da qual devem participar as instâncias de governo, pois a crisd
no fornecimento de energia pode ser reparada por medidas de uma emrpesa onde o
Estado tem participação e responsabilidade”, afirma Paulo Cezar. Delson de
Oliveira, advertiu que “mesmo após renovarem contratos energéticos em
alto custo as empresas não afastarão a ameaça de quebradeira do sistema de
produção do ferro-ligas, que se fará sentir em outros setores da economia”.
O presidente da
Fiemg, Olavo Machado Júnior, cumprimentou a postura das lideranças sindicais em
discutir com os empresários iniciativas de proteção do processo de
desenvolvimento e de levar a preocupação e propostas ao governador de Minas,
Alberto Pinto Coelho.
Na reunião, Olavo
Machado, analisou o fato de a Cemig priorizar um foco voltado para acionistas,
de aumentar reserva de energia para venda no mercado livre, o que a fez
projetar um lucro de 45% no primeiro trimestre deste ano comparado com o mesmo
trimestre do ano passado. Entre janeiro e março, o lucro da companhia registrou
R$ 1,25 bilhão, contra R$ 865 milhões do primeiro trimestre do ano passado.
Comprar o megawatt/hora por uma média de R$ 100 e comercializar no mercado
livre por até R$ 822 garantiu robustez ao caixa da concessionária.
Fonte FEMETAL-MG
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