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20 de novembro de 2012

Dia da Consciência Negra



Reconhecimento

Os escravos negros do Brasil gritavam por liberdade no ano de 1888. Liberdade de poder decidir sobre os rumos das próprias vidas e liberdade de serem reconhecidos como povo com história, cultura e espaço na sociedade.

A liberdade veio com a Lei Áurea que aboliu a escravidão e não os negros. Esses passaram a viver marginalizados na sociedade da época.  Ainda hoje, os descendentes dos escravos brasileiros carregam marcas desse período de rejeição da minoria burguesa e também do governo.

Depois de 124 anos, apesar de todo o trabalho e abertura nos espaços públicos e instituições ainda é nítido que a questão do negro é reprimida no país. Não há resultado pleno de igualdade racial.  O negro, por vezes, tem que fingir para a sociedade que não está sendo discriminado.

Eu, como representante de uma categoria formada por maioria de homens, negra e mulher ainda tenho que reafirmar que somos capazes de desenvolver um trabalho igual ou tão bom como qualquer pessoa. 

O país não conseguiu criar mecanismos efetivos para acabar com a desigualdade racial.  Por isso, acredito que devemos fazer muito mais ações unificadas e estabelecer uma agenda que coloque esse tema como prioridade.

Na Secretária de Políticas Raciais e Étnicas da Força Sindical, da qual faço parte, participei de apenas dois eventos. Isso é pouco. É preciso que se fomentem discussões sobre a condição dos negros no Brasil e que valorizemos os personagens que conseguem destaque na sociedade.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, tem que ser reconhecido como exemplo pela postura, ética e credibilidade com que conduz o seu trabalho.  A vereadora eleita em Santa Rita do Sapucaí, com apoio do Sindicato, Cibele, tem que ser reconhecida por ter colocado não só a questão dos negros como também a das mulheres na campanha eleitoral.

Por fim, nunca devemos nos esquecer de Zumbi dos Palmares que foi uma das primeiras vozes a gritar por nossa liberdade e nortear o pensamento de luta de todo um povo. A voz de Zumbi ecoa em cada negro que levanta a cabeça e se coloca como protagonista de sua história.


Maria Rosângela Lopes
Presidente do Sindvas

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