Reforçando o slogan “Um Outro Mundo é Possível”, muitos foram os coros e palavras de ordem contra o capitalismo, o neoliberalismo e a globalização. Uso de combustíveis fósseis, direitos trabalhistas e das mulheres, proteção contra o abuso infantil e homofobia foram alguns dos temas trazidos nas faixas, cartazes e músicas – cantadas em francês, inglês e na língua mais falada em Dacar, o wolof.
Vários grupos representavam regiões que lutam pela independência e reconhecimento internacional, como a Palestina e o Curdistão. No mês passado, o Sudão submeteu-se a uma consulta popular que, pelos primeiros resultados oficiais, deve ratificar o desejo do povo sulista de criar um novo país.
Habitantes do Saara Ocidental reivindicavam a separação do Marrocos. Outro grupo marroquino, de sindicalistas que lutam por mais direitos trabalhistas, chegou a demostrar descontentamento com a presença dos separatistas. “O Saara é do Marrocos”, disse um manifestante, que dirigiu-se à marcha pelo carro de som.
Muitas faixas lembravam a situação dos deslocados e refugiados – que atinge milhões de pessoas na África. Expulsos de casa pela violência da guerra civil, cerca de 5 milhões vagam por campos de refugiados em países como Uganda, Ruanda, Congo, Moçambique e o próprio Senegal.
A inquietação social no Egito e na Tunísia também apareceram na passeata, sendo saudada como um passo para a democracia. “É algo que todo mundo quer”, disse o presidente do fórum, o senegalês Buba Diop, durante a marcha. “Diversidade e respeito não são apenas desejos da África ou da Europa, mas de todas as pessoas. O povo do Egito agora pode dizer que está em um bom caminho. E espero que a África seja um novo espaço para libertação e democracia”.
No Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina – que, segundo a Organização Mundial de Saúde, já atingiu 130 milhões de mulheres no mundo – mulheres com trajes árabes mostravam indignação com a situação. Outro grupo, com chamativos vestidos azuis, pedia mais liberdade para as mulheres trabalharem.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, chegou a tempo de participar da parte final da marcha – junto a uma faixa sobre inclusão digital - e discursar na cerimônia de abertura. Atacou o capitalismo, dizendo que já estavam identificados os males interno e externo dos povos oprimidos: o neoliberalismo e o imperialismo norte-americano.
Para o presidente da Bolívia, “os povos estão mobilizados na África, na América e agora no mundo árabe. O capitalismo agoniza frente à rebelião dos povos do mundo e às suas crises. Os pobres pagam pelas crises do capitalismo e nos obrigam a defender a Mãe Terra para defender o ser humano”.
Para o presidente da Bolívia, “os povos estão mobilizados na África, na América e agora no mundo árabe. O capitalismo agoniza frente à rebelião dos povos do mundo e às suas crises. Os pobres pagam pelas crises do capitalismo e nos obrigam a defender a Mãe Terra para defender o ser humano”.
Evo Morales chamou o aquecimento global de “genocídio” e incitou os países a se preparem muito bem para as próximas reuniões internacionais que vierem a tratar do tema, “para mudar o modelo de desenvolvimento”.
Bandeiras da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do PCdoB e pelo menos uma do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estavam na passeata, que começou em frente às instalações da Rádio e TV Senegalesa e terminou na Universidade Cheikh Anta Diop, onde ocorreram as principais atividades do fórum. Uma grande Bandeira do Brasil também foi aberta durante o trajeto.
O Brasil também marcou presença na cerimônia de abertura, com um rápido discurso do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e com um show do grupo baiano Ilê Ayê.
Fonte EBC na África
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