Comissão de Desenvolvimento Econômico encaminha as reivindicações dos taxistas. Foto Guilherme Dardanhan |
A criação de um grupo
de trabalho que vai se dedicar a pesquisas sobre aplicativos para
transporte de passageiros como o Uber foi anunciada pela procuradora-chefe
do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Minas Gerais, Adriana Augusta de
Moura Souza, na sexta-feira (16). A iniciativa foi divulgada em visita da
Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
(ALMG) e de representantes de taxistas à instituição.
A procuradora informou que o
grupo, constituído por procuradores, irá estudar e investigar as relações de
trabalho entre essas empresas e motoristas. Ela solicitou que associações da
categoria presentes no encontro repassem, nos próximos dez dias, informações
que já coletaram sobre o assunto para essa equipe regional, que irá subsidiar
trabalhos que vêm sendo desenvolvidos por outro grupo que atua em nível
nacional.
“Como se trata de empresas
internacionais, é preciso um estudo mais amplo. Queremos saber se atuam contra
nossas normas ou não”, explicou. Segundo a procuradora-chefe, o Ministério
Público do Trabalho só pode tomar alguma medida caso sejam comprovadas
irregularidades. ”Não podemos deixar que as relações de trabalho sejam
precarizadas”, afirmou.
Ela informou, ainda, que o
grupo regional deve concluir suas atividades em 60 dias após o início dos
trabalhos.
Precarização
Para o superintendente
regional do Ministério do Trabalho, João Carlos Gontijo de Amorim, há uma
nítida precarização das relações de trabalho com a atividade desses aplicativos
para transporte de passageiros. Ele criticou também a taxa de 25% do valor das
corridas que fica para a empresa, no caso do Uber.
De acordo com o deputado
Antonio Carlos Arantes (PSDB), que preside a comissão da ALMG e solicitou a
visita, essa taxa faz com que o Uber seja o grande beneficiado com o
transporte, e não os motoristas. “Há uma concorrência desleal em relação aos
taxistas”, acrescentou o parlamentar, que disse ainda não ser contra o serviço,
desde que ele seja regulamentado.
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