A economia brasileira
encolheu mais do que o esperado no terceiro trimestre deste ano sobre os três
meses anteriores, com destaque para os investimentos produtivos, sinal de que
uma recuperação ainda está longe.
O PIB (Produto Interno
Bruto) do Brasil encolheu 1,7% no terceiro trimestre sobre abril a junho,
terceiro trimestre seguido de contração, informou o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) nesta terça-feira.
Sobre o terceiro
trimestre de 2014, o PIB despencou 4,5%, o maior tombo anual desde o início da
série histórica do IBGE, em 1996.
Pesquisa da Reuters
apontava que a economia teria queda de 1,2% entre julho e setembro na
comparação trimestral e de 4,1% na comparação anual.
O país vive profunda
crise econômica e política, em meio ao cenário de inflação de dois dígitos, o
que tem abalado profundamente a confiança dos agentes econômicos e colocado
desafios cada vez maiores diante da presidente Dilma Rousseff.
A atividade encolheu em
praticamente todos os setores no terceiro trimestre, com forte destaque para os
investimentos produtivos. Segundo o IBGE, a FBCF (Formação Bruta de Capital
Fixa) despencou 4% no trimestre passado, comparado com os três meses
anteriores, nono trimestre seguido de queda.
No mesmo período, o
consumo das famílias recuou 1,5%, enquanto que o consumo do governo teve leve
alta de 0,3% - único segmento que não caiu no terceiro trimestre sobre o
imediatamente anterior.
Ainda segundo o IBGE, a
indústria caiu 1,3% no período, enquanto que serviços e agropecuária mostraram
recuo de 1% e 2,4%, respectivamente.
O IBGE revisou, e para
pior, as contrações do PIB vistas nos segundo e primeiro trimestres deste ano,
com queda de 2,1% e 0,8%, respectivamente.
Mais de um milhão de
pessoas já perderam o emprego formal nos últimos 12 meses, no início do que
deve ser a recessão mais longa do Brasil desde os anos 1930. Com a confiança em
mínimas recordes e os investimentos praticamente paralisados, os economistas continuam
revisando para baixo as suas projeções. E muitos alertam que o pior ainda pode
estar por vir.
Pesquisa Focus do Banco
Central mostra que a expectativa de economistas é de uma contração de 3,19%
este ano e recuo de 2,04% em 2016.
O cenário de contração
econômica vem também em meio à inflação elevada, com perspectivas de que
estoure a meta do governo - de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos
percentuais para mais ou menos - tanto em 2015 quanto em 2016.
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