A produção de veículos
no Brasil caiu 25,3% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo
números divulgados pela associação de fabricantes (Anfavea) nesta segunda-feira
(8).
Foram montadas 210,1
mil unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Em abril,
o montante chegou a 217,6 mil, o que resulta em uma queda de 3,4%.
"Com este nível de
produção retornamos ao ano de 2005, com um destaque extremamente negativo, a
produção de caminhões, que retorna a maio de 1999. Já conferi este número 3
vezes", afirma Luiz Moan, presidente da Anfavea.
Em maio de 2005, a
produção de veículos estava em 207.369 unidades, enquanto a de caminhões, em
1999, era de 4.754 unidades.
"Nós tivemos um
mês de maio com vendas bastante aquém das nossas previsões", acrescenta
Moan.
Acumulado
tem baixa de 19,1%
De janeiro a maio, o
setor apresenta um encolhimento de 19,1%, com 1,09 milhão de unidades
produzidas, ante 1,35 milhão no mesmo período do ano passado.
O recuo na produção foi
mais sentido entre caminhões, com volume 51,4% menor que em 2014 e apenas 6.169
unidades. Já as fábricas de ônibus reduziram o ritmo em 31,6%, para 2.319
chassis montados.
Os números acompanham a
queda de 27,5% nos licenciamentos de veículos em relação a maio de 2014 e de 3%
sobre abril. Foram emplacadas 212,7 mil unidades no mês passado. A queda no
acumulado do ano é de 20,9%, segundo dados do Denatran.
25
mil trabalhadores em casa
O emprego também é
afetado pela crise nas vendas. Em maio de 2014, 152,3 mil pessoas trabalhavam
na indústria. Depois de 1 ano, o montante caiu para 138,2 mil – uma queda de
9,2%.
Além das demissões,
atualmente cerca de 25 mil empregados ligados a montadoras estão de férias
coletivas, com suspensão de contratos de trabalho (lay-off) ou de licença
remunerada.
"Temos, sem dúvida
nenhuma, um excedente de pessoal nas nossas fábricas. O nível de emprego é
equivalente ao de 2010 e 2011, enquanto o nível de produção é de 2006 e 2007.
No entanto, nenhuma das nossas empresas gostaria de perder mão de obra
qualificada, que é fruto de investimentos, por isto vem buscando todos os
mecanismos possíveis para manter os empregos", afirmou Moan.
Exportações
em alta
As exportações
registraram o único sinal de retomada para a indústria. Foram 40,7 mil unidades
em maio, o que representa uma alta de 41,7% sobre abril e de 16,5% ante maio de
2014. "É um valor que não atendíamos desde o final de 2013", afirmou
Moan.
Recentemente, o governo
brasileiro renovou o acordo automotivo com o México, o que ajudou a levantar os
números. Além disso, Moan apontou a desvalorização do real e o crescimento do
mercado interno mexicano como fatores importantes no processo.
Previsões
revistas
A Anfavea manteve as
previsões para exportações, mas revisou a expectativa para produção e vendas em
2015. Agora a estimativa é de queda de 20,6% nos licenciamentos de automóveis e
de 17,8% na produção nacional.
"Temos claramente
um ajuste fiscal que ainda não foi concluído, o que impacta bastante a
confiança do investidor e do consumidor. Por isto, decidimos fazer essas
revisões das previsões", explicou Moan.
G1
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