MP, que faz parte do
ajuste fiscal, está na pauta das votações para o dia.Fator previdenciário e pensão por morte chegam à Casa para discussão.
O Senado deve dar
início nesta terça-feira (19) à análise da MP 665, que torna mais rigorosas as
regras para acesso ao seguro-desemprego e abono salarial. O texto, já aprovado
pela Câmara, faz parte do ajuste fiscal proposto pelo Executivo para equilibrar
as contas públicas.
Depois que a matéria
for votada, começam as discussões sobre o acesso à pensão por morte, objeto de
outra medida provisória, a MP 664, e sobre alterações no fator previdenciário.
A medida provisória 665 foi aprovada pelos deputados no dia 7, mas o texto enviado pelo Executivo sofreu alterações. Na Câmara, o projeto gerou uma rebelião na base governista. Até mesmo parlamentares do PT votaram contra a proposta do governo, embora o partido tenha fechado questão em torno da matéria (veja aqui como votou cada deputado).
A medida provisória 665 foi aprovada pelos deputados no dia 7, mas o texto enviado pelo Executivo sofreu alterações. Na Câmara, o projeto gerou uma rebelião na base governista. Até mesmo parlamentares do PT votaram contra a proposta do governo, embora o partido tenha fechado questão em torno da matéria (veja aqui como votou cada deputado).
Nesta segunda (18), o
governo fez reuniões com integrantes da base aliada para conversar sobre a
aprovação das MPs no Senado. Em uma delas, a presidente Dilma Rousseff recebeu
o conselho político no Palácio do Planalto.
Após o encontro, o
líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), disse que as
lideranças governistas vão investir no diálogo e que o tamanho do corte no
Orçamento deste ano vai depender da aprovação das medidas do ajuste no
Congresso.
'Agenda dura'
'Agenda dura'
Assim como na Câmara, a
votação da MP 665 no Senado promete polêmicas. Líder do governo na Casa, o
senador Delcídio do Amaral (PT-MS) admitiu que o governo terá uma agenda
"dura e difícil” a partir desta semana.
O Palácio do Planalto
se articula para tentar evitar novas rebeliões na base aliada durante a análise
das MPs no Senado, especialmente, na bancada petista. Na Câmara, o governo teve
de contar com votos de parlamentares oposicionistas, como o DEM, para passar a
matéria.
Além disso, também há
expectativa de novos protestos de movimentos sindicais durante a votação no
plenário do Senado.
Na Câmara, integrantes
da Força Sindical se manifestaram contrariamente ao texto. Eles chegaram a
jogar papéis que imitam dólares no plenário e no Salão Verde da Casa (veja
vídeo ao lado).
No Senado, segundo
Renan Calheiros, será permitida a entrada de pessoas nas galerias do plenário
para acompanhar a votação "desde que se faça com respeito".
Alterações nas MPs
Os projetos que mudam
os critérios para o acesso à concessão de benefícios previdenciários e
trabalhistas sofreram alterações na Câmara que contrariam interesses do Palácio
do Planalto.
O pacote de medidas de
ajuste enviados pelo Executivo ao Congresso Nacional é, até o momento, o
principal esforço da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff para
reequilibrar as contas públicas.
Nos últimos meses, o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem atuado como um dos principais
articuladores políticos dos projetos no Legislativo. Levy se reuniu, quase que semanalmente,
com parlamentares da base governista e da oposição para explicar os impactos
positivos que, na avaliação do governo, a aprovação das matérias traria para os
cofres públicos.
Desde que foram
anunciadas, as medidas provisórias têm sido criticadas pelos oposicionistas e
até mesmo por aliados do governo.
A principal crítica da
oposição é de que o governo está cortando direitos trabalhistas e agindo como
inimigo dos trabalhadores o que, na opinião dos parlamentares contrários ao PT,
é uma “contradição”.
O governo também tem de
conviver com críticas de aliados, como o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL). O peemedebista tem repetido nas últimas semanas que as medidas
"sequer podem ser chamadas de ajuste fiscal", já que afetam direitos trabalhistas
e previdenciários.
A posição do presidente
do Senado tem preocupado o Planalto, já que ele é o responsável por pautar e
articular votações na Casa. Nesta quinta, por exemplo, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva reuniu-se com Renan, em uma tentativa de pacificar as
relações entre governo e o presidente do Senado.
Fator previdenciário
Após a votação da MP
665, os senadores deverão se debruçar sobre a outra medida provisória de ajuste
das contas públicas. Aprovada nesta semana pela Câmara, a MP 664, que restringe
o acesso à pensão por morte, deve motivar intensos debates na Casa porque
recebeu na Câmara uma emenda que altera o fator previdenciário.
Atualmente o fator reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos (nos casos de homens) ou 60 (mulheres). O tempo mínimo de contribuição para aposentadoria é de 35 anos para homens e de 30 para mulheres.
A proposta aprovada nesta terça-feira na Câmara institui a fórmula conhecida como 85/95, na qual o trabalhador se aposenta com proventos integrais se a soma da idade e do tempo de contribuição resultar 85 (mulheres) ou 95 (homens).
Atualmente o fator reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos (nos casos de homens) ou 60 (mulheres). O tempo mínimo de contribuição para aposentadoria é de 35 anos para homens e de 30 para mulheres.
A proposta aprovada nesta terça-feira na Câmara institui a fórmula conhecida como 85/95, na qual o trabalhador se aposenta com proventos integrais se a soma da idade e do tempo de contribuição resultar 85 (mulheres) ou 95 (homens).
A flexibilização da
regra que inibe as aposentadorias precoces foi vista pelo Planalto como mais
uma derrota do governo já que, de acordo com estimativa inicial do Ministério
da Previdência Social – mencionada pelo líder do governo na Câmara, José
Guimarães –, o impacto da mudança nas contas públicas será de R$ 40 bilhões em
dez anos e de R$ 300 bilhões em 20 anos.
Petistas defendem mudanças
Petistas defendem mudanças
Apesar do impacto para
a União, alguns senadores petistas já se posicionaram a favor da mudança no
fator previdenciário, como Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA).
Pinheiro, inclusive, deu declarações afirmando que está mobilizando outros parlamentares para "engrossar o coro" dos favoráveis à mudança. O petista também declarou que quer o compromisso de que o Executivo manterÁ o texto. "Caso haja veto, vamos também trabalhar para a derrubada dele”, ameaçou.
Pinheiro, inclusive, deu declarações afirmando que está mobilizando outros parlamentares para "engrossar o coro" dos favoráveis à mudança. O petista também declarou que quer o compromisso de que o Executivo manterÁ o texto. "Caso haja veto, vamos também trabalhar para a derrubada dele”, ameaçou.
"O líder [do
governo] sempre sofre. Sofre muito. Mas, na verdade, eu acho que a posição
deles é uma posição coerente. [...] Vamos discutir [o tema] com tranquilidade”,
disse Delcídio, ao responder perguntas sobre se a posição dos petistas trazia
algum problema para ele resolver no Senado.
Segundo informações do
Blog da Cristiana Lôbo, o governo está convencido de que não há como arcar com
as futuras despesas da flexibilização do previdenciário e, se o Senado acolher
as alterações feitas na Câmara, a presidente Dilma Rousseff mandou avisar
aos líderes partidários que o caminho será vetar a proposta aprovada.
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