Há poucos dias, na primeira semana de maio, a Secretaria
Nacional da Juventude da Presidência da República divulgou dados preocupantes
trazidos por um estudo feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo a pesquisa um jovem negro tem 2,5 mais possibilidades de ser vítima de
homicídio do que um jovem branco.
Esse estudo foi realizado em parceria com a Unesco
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e aponta
que a violência entre os jovens aumentou de forma geral, mas ainda assim os
negros continuam os mais ameaçados.
Em números absolutos, isso significa que 29.916 jovens
foram mortos em 2012, sendo 22.884 negros e 7.032 brancos.
Esse recorte da sociedade brasileira apresenta o que há
muito já é de conhecimento e só reforça as estatísticas. O fim da escravidão no
Brasil foi muito mais um processo econômico, com nuances políticas sociais, do
que efetivamente ato de reconhecimento humanitário de igualdade que levasse,
por meio de uma construção coletiva, a uma sociedade mais justa.
O negro liberto em 1888 continuou marginalizado pela
sociedade. Se tão pouco o Brasil daquela época sabia o que era ser uma nação,
muito menos soube como criar formas para que esses brasileiros, agora libertos
de um sistema de mais de 300 anos, fizessem parte de um país que estava em
construção.
A falta de uma política social pensada para integrar o
negro brasileiro na sociedade o manteve embora liberto, preso dentro de um
preconceito estrutural. Ainda hoje a ascensão social de um negro é motivo de
notícia relevando que a sociedade trata esse assunto como algo incomum. Talvez porque
a Lei Áurea declarou extinta a escravidão no Brasil e não que todos os homens
seriam iguais.
Por isso, a cada 13 de maio, temos que continuar a
lembrar dos mártires negros que buscaram a igualdade e de todos os detalhes da
nossa história para não nos esquecermos do futuro que queremos. Nem menos nem
mais, apenas iguais.
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