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23 de outubro de 2014

Vale da Eletrônica perde com alta do dólar

As recentes e elevadas altas do dólar, observadas nas últimas semanas, deverão prejudicar os negócios das indústrias do Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí (Sul do Estado). Isso porque a cotação da moeda americana tem relação direta com a competitividade das empresas instaladas no Arranjo Produtivo Local (APL), uma vez que a maioria dos componentes dos equipamentos eletroeletrônicos é comprada no exterior, diretamente dos fabricantes. Com isso, o repasse do aumento nos custos será inevitável.

As informações são da presidente interina do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Eletrônicos, Elétricos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Flávia Couto. De acordo com ela, a oscilação do câmbio refletirá, inclusive, nos resultados finais das empresas da região no fechamento de 2014.
"O setor tem uma característica própria de lidar bem com momentos de crise, em função dos altos investimentos em inovação tecnológica. E é isso que tem ocorrido neste momento de desaceleração da economia nacional. No entanto, a elevação do dólar diminui a capacidade de driblar situações adversas e as conseqüências são inevitáveis, pois elevam os custos em relação à compra de matéria-prima, ao mesmo tempo em que dificulta as exportações", diz.

Entre os efeitos negativos, ela cita o repasse do aumento dos custos de produção aos clientes, a conseqüente baixa na demanda, o recuo no desempenho das empresas do setor e, até mesmo, a demissão de mão de obra. A analogia decorre do fato de o APL ter na compra direta dos fornecedores internacionais seu principal diferencial no que diz respeito à competitividade dos produtos. " um ciclo. Um pequeno detalhe pode prejudicar o desempenho das indústrias de tal maneira que gere uma onda de demissões", adverte.

Porém, a situação no Vale da Eletrônica ainda não chegou a esse ponto. Prova disso, conforme a presidente, é que as empresas deverão encerrar 2014 com faturamento semelhante ao do ano anterior, da ordem de R$ 2,2 bilhões. Inicialmente, a expectativa era que a receita crescesse entre 7% e 10% frente ao ano passado. Nos exercícios anteriores, a média de crescimento girou em torno de 30%.

Como forma de estreitar o relacionamento com fornecedores externos, e diminuir os impactos de fatores adversos como a alta do dólar, o Sindvel e suas associadas participam de diversas feiras tecnológicas internacionais. Nesta semana, por exemplo, uma delegação de 22 empresários locais se encontra em solo asiático para conhecer o que há de mais recente em termos de inovações tecnológicas que possam se aplicadas no setor.

Fonte Diário do Comércio

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