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31 de outubro de 2013

Força entra no STF contra mudanças nas regras do seguro-desemprego

Força Sindical, por meio de suas Confederações filiadas, entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) pedindo a suspensão da mudança nas regras do seguro-desemprego, que torna mais difícil o acesso ao benefício.
A ADIN é contra o decreto do governo federal que determina que, na segunda vez que o benefício for requerido em um período de dez anos (e não mais na terceira vez), pode ser exigido que o beneficiário comprove que está buscando qualificação profissional. A ADIN argumenta que o seguro-desemprego, previsto no Artigo 7º, Inciso II da Constituição Federal, e regulado pela Lei 7998/90, não pode ser alterado por ato do Poder Executivo.
Vale lembrar que o seguro-desemprego é um benefício para casos de desemprego involuntário e, sendo assim, terá direito à percepção desse benefício o trabalhador dispensado sem justa causa. Exigir e condicionar esse trabalhador, para que seja beneficiado, que esteja matriculado em curso de profissionalização de 160 horas estabelecido pelo ato do Poder Executivo é, além de inconstitucional, materialmente impossível.
Não podemos permitir que um ato arbitrário, que visa apenas fazer caixa para o governo federal, retire direitos e cause danos aos trabalhadores brasileiros. Ao modificar as regras e dificultar o acesso ao benefício, o governo prejudica os trabalhadores justamente quando eles mais precisam, que é quando ficam desempregados. Destacamos que a medida, em termos de redução de gastos para os cofres públicos, é insignificante se considerado o retorno social que esta medida representa.
É pura insensibilidade social do governo. O seguro-desemprego é um direito que todos os trabalhadores têm para receber em caso de demissão sem justa causa e, em hipótese alguma, o governo federal pode intervir ou negar o benefício.
É uma falácia o argumento de que, ao dificultar o seguro-desemprego, o governo diminui a rotatividade. Vale ressaltar que o governo fez desonerações em diversos setores sem cobrar contrapartidas sociais, entre as quais as demissões imotivadas.
A medida mostra, mais uma vez, que o governo virou as costas para a classe trabalhadora ao impedir que o FAT cumpra seu papel de amparar os trabalhadores em um momento tão difícil, que é o período em que estão sem renda oriunda de emprego formal.

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical

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