A política de corte das
taxas de juros implementada pelo Banco Central desde agosto de 2011, que
reduziu a taxa Selic para 7,25%, tem provocado fortes reações daqueles que
vivem da especulação e do ganho financeiro. Com a justificativa de trazer a
inflação para o centro da meta, foi colocada em marcha uma violenta campanha
orientada a pressionar o Conselho de Política Monetária a elevar a taxa básica
de juros, permitindo, assim, a recomposição das expectativas do mercado e a
reposição dos ganhos especulativos.
Ao que tudo indica, nos
próximos meses, a inflação manterá sua trajetória de queda. O IPCA de janeiro
foi de 0,86%, o de fevereiro de 0,6% e o de março 0,47%. O desempenho da
economia nacional, que vem patinando, não incentiva qualquer aposta no crescimento
do consumo como vetor de pressão sobre os índices de inflação. Na verdade, além
do interesse na especulação, o que se move no submundo das pressões pelo
aumento dos juros é a luta surda para derrotar a inflexão da política econômica
centrada no “tripé” câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário que
há anos comanda a política econômica do país para outra, mais
desenvolvimentista, orientada para o investimento produtivo e social, gerando
emprego e renda, para a recuperação da indústria nacional.
Ao contrário da
pregação dos rentistas, os trabalhadores consideram fundamental que o Comitê de
Política Monetária continue perseguindo a meta de fazer a taxa de juros
brasileira convergir com a praticada internacionalmente, o que exige cortes na
taxa Selic e não seu aumento. Lutamos para que o Banco Central, na definição da
política de juros, estabeleça metas de crescimento econômico e de emprego,
indicadores que serão seriamente afetados caso prevaleça a concepção dos
rentistas e do sistema financeiro no atual debate sobre os limites da inflação.
![]() |
Foto Jaélcio Santana |
Paulo Pereira da Silva,
Paulinho,
Presidente da Força
Sindical
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, participe, comente, deixe sua observação.