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28 de setembro de 2012

Santa Rita do Sapucaí em estado de greve


Paralisação pode ocorrer a qualquer momento sem aviso

Os (as) trabalhadores (as) do Vale da Eletrônica podem cruzar os braços a qualquer momento e parar a produção. O estado de greve decretado pelo Sindicato é um indicativo caso não ocorra avanço na negociação da Convenção Coletiva de Trabalho. Desde o início da Campanha Salarial já ocorreram 5 reuniões e a patronal ainda não apresentou índices que valorizem o (a) trabalhador (a).

A primeira reunião aconteceu no dia 1° de setembro quando a patronal marcou para o dia 25 do mesmo mês o fechamento da negociação. No dia 25, última terça-feira, houve a quinta reunião e os (as) trabalhadores (as) rejeitaram a proposta de aumento escalonado com índices de 8%, 7% e  6%.

Essa proposta da patronal contemplaria com 8% e 7% os dois pisos da categoria e 6% acima do piso. “Eu classifiquei essa proposta como salada de fruta. Para aceitar um índice tripolar, só sendo uma pessoa bipolar”, ironizou a presidente do Sindicato, Maria Rosângela Lopes.

O perigo dessa proposta é “porque quem ganha 1 centavo acima do piso vai pegar 6% de reajuste. Por exemplo, quem recebe R$ 700,01 vai ficar com reajuste de 6%. Onde isso é proposta, o trabalhador só tem a perder”, detalhou a presidente.

A patronal tem dito que faz uma negociação independente da FIEMG desde o início das negociações, porém assim que a Federação Patronal propôs um aumento de 0,25% a mais na proposta deles a patronal de Santa Rita do Sapucaí “fez a mesma coisa”, lembrou Rosângela ao defender reajuste LINEAR para todos os (as) trabalhadores (as).

“O reajuste é para todos. Nem para a Ativa, nem Exsto, nem MCM, ou para as 4 empresas que estão empatando as negociações. A Convenção Coletiva serve para todos e não é guarda-chuva para proteger os ricos”, argumentou.

O Sindicato e os (as) trabalhadores (as) aguardam a sinalização de uma melhor proposta da patronal enquanto isso o estado de greve está mantido.


A mazela do sistema

.Um trabalhador chegou ao Sindicato e disse que ia se mudar para o nordeste e morar igual a um parente que tem por lá. Segundo esse trabalhador, o parente dele ganha R$ 700 do programa Bolsa Família, valor semelhante ao que ele recebe depois de trabalhar 8 horas por dia, durante 30 dias, no Vale da Eletrônica.

.A China, Corea, Índia são países conhecidos pela exploração do (a) trabalhador (a). Frente ao salário do Vale da Eletrônica, onde está a exploração? A realidade de empresas de Santa Rita do Sapucaí é pagar R$ 640 de salário a um (a) trabalhador (a) que agrega ao produto valor 1.000% superior. “Não precisa ser gênio para visualizar a desvalorização do (a) trabalhador (a)”, resume Maria Rosângela Lopes.




Negociação Metagal

O Sindicato já realizou duas reuniões com a empresa Metagal de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho. A empresa propôs um pacote de benefícios ao trabalhador (a) que inclui melhoria no ticket alimentação, redução no valor descontado pelo transporte –podendo chegar a 2,5%- peso maior no reajuste da PLR e implantar efetivamente o Plano de Cargos e Salários.

“Os (as) trabalhadores (as) esperam que o Plano de Cargos e Salários realmente saía porque está não é a primeira promessa desse tipo da empresa. Também esperamos que todo esse plano de benefícios realmente tenha essa característica”, ressaltou a presidente Maria Rosângela Lopes, ao lembrar que após, a apresentação dos detalhes da proposta, o Sindicato vai realizar assembleias na Metagal de Santa Rita do Sapucaí e Conceição dos Ouros.




Negociação Delphi

A empresa Delphi, de Conceição dos Ouros, tem tornado a negociação do Acordo Coletivo bem difícil para os (as) trabalhadores (a).  A proposta apresentada foi de 4,5% sobre o salário de 701,20, com a redução dos descontos de encargos de 91,49 para 80,98. Segundo a empresa, o reajuste seria no final de 7,03%.

“Os (as) trabalhadores (as) não querem sacrificar o índice. O salário de R$701 continua sendo um dos piores do Sul de Minas. Um lavrador, pedreiro, balconista, faxineira que não tem sobre os ombros a rigidez do trabalho na Delphi estão ganhando mais em Conceição dos Ouros”, comenta a presidente.

Todas as alternativas apresentadas pelo Sindicato foram recusadas pela empresa nessas três reuniões que já ocorreram. Os pedidos de ticket alimentação, de melhora na refeição e de alternativas de prato diet também foram negados pela Delphi.

O Sindicato também tem lutado para que os (a) trabalhadores (as) de Conceição dos Ouros possam usar o clube da empresa em Paraisópolis. O Sindicato tem conhecimento de trabalhadores (as), que por doenças causadas por esforço repetitivo, têm que fazer fisioterapia. O custo de tratamento ao trabalhador (as) de Conceição dos Ouros seria bem menor se a piscina de Paraisópolis pudesse ser utilizada, uma vez que o plano de saúde oferecido pela empresa não cobre o tratamento.


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