Paralisação
pode ocorrer a qualquer momento sem aviso
Os (as) trabalhadores
(as) do Vale da Eletrônica podem cruzar os braços a qualquer momento e parar a
produção. O estado de greve decretado pelo Sindicato é um indicativo caso não
ocorra avanço na negociação da Convenção Coletiva de Trabalho. Desde o início
da Campanha Salarial já ocorreram 5 reuniões e a patronal ainda não apresentou
índices que valorizem o (a) trabalhador (a).
A primeira reunião aconteceu
no dia 1° de setembro quando a patronal marcou para o dia 25 do mesmo mês o
fechamento da negociação. No dia 25, última terça-feira, houve a quinta reunião
e os (as) trabalhadores (as) rejeitaram a proposta de aumento escalonado com
índices de 8%, 7% e 6%.
Essa proposta da
patronal contemplaria com 8% e 7% os dois pisos da categoria e 6% acima do
piso. “Eu classifiquei essa proposta como salada de fruta. Para aceitar um
índice tripolar, só sendo uma pessoa bipolar”, ironizou a presidente do Sindicato,
Maria Rosângela Lopes.
O perigo dessa proposta
é “porque quem ganha 1 centavo acima do piso vai pegar 6% de reajuste. Por
exemplo, quem recebe R$ 700,01 vai ficar com reajuste de 6%. Onde isso é
proposta, o trabalhador só tem a perder”, detalhou a presidente.
A patronal tem dito que
faz uma negociação independente da FIEMG desde o início das negociações, porém
assim que a Federação Patronal propôs um aumento de 0,25% a mais na proposta
deles a patronal de Santa Rita do Sapucaí “fez a mesma coisa”, lembrou
Rosângela ao defender reajuste LINEAR para todos os (as) trabalhadores (as).
“O reajuste é para
todos. Nem para a Ativa, nem Exsto, nem MCM, ou para as 4 empresas que estão
empatando as negociações. A Convenção Coletiva serve para todos e não é guarda-chuva
para proteger os ricos”, argumentou.
O Sindicato e os (as)
trabalhadores (as) aguardam a sinalização de uma melhor proposta da patronal
enquanto isso o estado de greve está mantido.
A
mazela do sistema
.Um trabalhador chegou
ao Sindicato e disse que ia se mudar para o nordeste e morar igual a um parente
que tem por lá. Segundo esse trabalhador, o parente dele ganha R$ 700 do
programa Bolsa Família, valor semelhante ao que ele recebe depois de trabalhar 8
horas por dia, durante 30 dias, no Vale da Eletrônica.
.A China, Corea, Índia
são países conhecidos pela exploração do (a) trabalhador (a). Frente ao salário
do Vale da Eletrônica, onde está a exploração? A realidade de empresas de Santa
Rita do Sapucaí é pagar R$ 640 de salário a um (a) trabalhador (a) que agrega
ao produto valor 1.000% superior. “Não precisa ser gênio para visualizar a
desvalorização do (a) trabalhador (a)”, resume Maria Rosângela Lopes.
Negociação
Metagal
O Sindicato já realizou
duas reuniões com a empresa Metagal de negociação do Acordo Coletivo de
Trabalho. A empresa propôs um pacote de benefícios ao trabalhador (a) que
inclui melhoria no ticket alimentação, redução no valor descontado pelo
transporte –podendo chegar a 2,5%- peso maior no reajuste da PLR e implantar
efetivamente o Plano de Cargos e Salários.
“Os (as) trabalhadores
(as) esperam que o Plano de Cargos e Salários realmente saía porque está não é
a primeira promessa desse tipo da empresa. Também esperamos que todo esse plano
de benefícios realmente tenha essa característica”, ressaltou a presidente
Maria Rosângela Lopes, ao lembrar que após, a apresentação dos detalhes da
proposta, o Sindicato vai realizar assembleias na Metagal de Santa Rita do
Sapucaí e Conceição dos Ouros.
Negociação
Delphi
A empresa Delphi, de
Conceição dos Ouros, tem tornado a negociação do Acordo Coletivo bem difícil
para os (as) trabalhadores (a). A
proposta apresentada foi de 4,5% sobre o salário de 701,20, com a redução dos
descontos de encargos de 91,49 para 80,98. Segundo a empresa, o reajuste seria
no final de 7,03%.
“Os (as) trabalhadores
(as) não querem sacrificar o índice. O salário de R$701 continua sendo um dos
piores do Sul de Minas. Um lavrador, pedreiro, balconista, faxineira que não
tem sobre os ombros a rigidez do trabalho na Delphi estão ganhando mais em
Conceição dos Ouros”, comenta a presidente.
Todas as alternativas
apresentadas pelo Sindicato foram recusadas pela empresa nessas três reuniões
que já ocorreram. Os pedidos de ticket alimentação, de melhora na refeição e de
alternativas de prato diet também foram negados pela Delphi.
O Sindicato também tem
lutado para que os (a) trabalhadores (as) de Conceição dos Ouros possam usar o
clube da empresa em Paraisópolis. O Sindicato tem conhecimento de trabalhadores
(as), que por doenças causadas por esforço repetitivo, têm que fazer
fisioterapia. O custo de tratamento ao trabalhador (as) de Conceição dos Ouros seria
bem menor se a piscina de Paraisópolis pudesse ser utilizada, uma vez que o
plano de saúde oferecido pela empresa não cobre o tratamento.
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