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13 de janeiro de 2012

Para OIT, salário no Brasil cresceu 9,7% reais em dez anos

Levantamento divulgado ontem pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que o Brasil, em média, teve um aumento salarial 9,7% acima da inflação, entre 2000 e 2010. Com esse resultado, o país fica na quinta posição, entre dez nações da América Latina, no ranking do relatório "Panorama Laboral 2011". A Argentina foi o país da região que teve o maior ganho de rendimentos, descontando a subida dos preços, com 100% de aumento real nos salários. Em seguida, estão Chile (21,5%), Costa Rica (15,4%) e Colômbia (11,0%).

Ao comentar os números brasileiros, o estudo diz que há um menor ritmo de incremento acima da inflação nos rendimentos nos últimos anos. Isso estaria relacionado com "a desaceleração da economia e os fortes reajustes dos últimos anos", que diminuíram a possibilidade de obter aumentos maiores, diz o organismo multilateral. No ano passado, o Brasil teve uma menor valorização salarial que Uruguai, Chile e Paraguai, com base em dados até o terceiro trimestre.

Em relação ao aumento real, ou seja, descontando a inflação, do salário mínimo entre 2000 e 2010, o Brasil também fica em quinto, entre 18 países latino-americanos. Perde para Argentina, Uruguai, Nicarágua e Honduras, segundo levantamento do relatório. Em 2011, o indicador brasileiro só cresceu mais que o do Chile e da Nicarágua, com base em dados até outubro. Apesar disso, a política de aumento salarial no Brasil foi elogiada pela OIT.

O desemprego urbano na América Latina e Caribe deve fechar 2011 no nível mais baixo da série histórica, iniciada em 1990, estima a organização. A taxa projetada é de 6,8%, o que representa uma queda de 0,5 ponto percentual em comparação a 2010. Com isso, cerca de 700 mil pessoas deixam a lista de desempregados em áreas urbanas, mas cerca de 15,4 milhões ainda permanecem sem ocupação. A expectativa é que o índice de desemprego dessas regiões fique estável em 2012.

O "Panorama" da organização multilateral também adverte sobre a persistência da informalidade e destaca que, com base em dados de 16 países, pelo menos 50% da população urbana ocupada têm emprego informal. Isso corresponde a cerca de 93 milhões de pessoas com condições laborais precárias, sem proteção social nem acesso aos direitos trabalhistas.

Como a América Latina apresenta historicamente aumento de postos de trabalho precários durante crises econômicas, a OIT defende que os governos deem prioridade à economia real, dando menor foco às políticas para o sistema financeiro.


Fonte Valor Econômico-Thiago Resende

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